A curva da gratidão

 

CM de enigmas que se percebe mais tarde...

Prezados  5 arguidos da Quinta Vigia,

C hegou o momento da revelação, eis o segredo que ninguém vos disse nos corredores do tribunal: pelo menos metade da “satisfação” dos honorários dos advogados deve acontecer antes sequer de alguém ver a cor das vossas gravatas (esperemos, por sinal, que estejam bem passadas). E que não haja dúvidas: mais importante do que fixar honorários, é cobrá-los – porque no final de contas, esta é a verdadeira arte, não acham?

Podeis perguntar: “Então, se os honorários estão estipulados, não basta acordá-los e pronto?” Oh, caros arguidos, esta vida não é tão simples. Fixar é apenas o primeiro passo. Cobrar, esse sim, é o desporto nacional de quem já percorreu um corredor de tribunal mais do que uma vez! Pois cobrar é onde entra a famosa ‘curva da gratidão’: esse fenómeno quase místico que transforma o advogado de uma “mera despesa” em “um bem de primeira necessidade”.

Imaginem: ao princípio, tudo é formalidade e cortesia – um ligeiro aperto de mão, um sorriso diplomático, uma conversa agradável. Mas, à medida que o tempo passa e o processo se adensa, percebeis que afinal, estais cada vez mais... dependentes. E é aqui que a curva da gratidão começa a subir! Sim, porque quanto mais complicada a situação jurídica se torna, mais o cliente começa a apreciar – com uma intensidade emocional e financeira nunca antes vista – o seu nobre advogado.

Portanto, prezados, lembrai-vos bem: enquanto o tribunal não se pronuncia, os honorários, esses sim, precisam de estar sempre em dia. Afinal, o julgamento pode demorar meses ou até anos, mas as facturas vencem já na próxima semana.

Com votos de uma curva da gratidão sempre em alta e de prazos cumpridos, atentamente,

Um defensor da pontualidade nos pagamentos.

Quiçá Ricardo Vieira e Guilherme Silva?

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira
, 12 de Novembro de 2024
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