I magina-se o que seria do controlo de qualidade se o Sérgio Marques tivesse privatizado as funções do LREC, seria a cereja sobre este grande polvo e não bolo. É que a fiscalização da obra também orbita o construtor como CDS, PAN e Chega o PSD. Cada um com o seu sistema solar, até que um dia alguns vejam o sol aos quadradinhos.
A queda duma laje é um acidente grave porque para mim é sempre erro humano, o de não prever a cedência dos materiais de cofragem, implica geralmente um erro de projeto que se manifestou na execução ou nos materiais. Com a fiscalização debaixo do braço é lógico que se crie folga para a soberba.
Mas o que terá sido? Fraca execução do Industão ou da obediência cega?
Será erro no Dimensionamento Estrutural? Se o projeto estrutural da laje não considerar adequadamente as cargas que vai receber, pode resultar num dimensionamento insuficiente da armadura, o ferro da laje, e a espessura da mesma. A situação compromete a capacidade da laje de suportar o seu próprio peso e o peso adicional dos materiais e trabalhadores durante a execução. Resultado: catrapum.
Será erro na Montagem do Escoramento e cofragens? Escoramentos, os tubos e madeiras que recebem o peso e dão forma ao confinamento do betão, são fundamentais para sustentar a laje até que o betão ganhe resistência suficiente. As falhas na montagem, como sejam o espaçamento excessivo entre escoras, a falta de travamento adequado, ou uso de materiais de baixa qualidade ou reaproveitados de sucessivas obras (fadiga do material) podem causar desabamento. Desalinhamentos ou uso de escoras muito finas ou curtas também aumentam o risco. Vá lá se saber do que foi. Resultado: catrapum.
Será que estão em stress, no limite de prazos e removeram prematuramente todo o suporte? Para que uma laje ganhe resistência, o betão precisa de tempo adequado de cura (geralmente, de 21 a 28 dias para alcançar uma boa resistência). Remover todo o suporte da laje antes desse período crítico, quando a laje ainda está fragilizada, pode levar ao colapso. Resultado: catrapum.
Será que foi vibração excessiva do betão? É que também pode e pouco se fala. Durante a aplicação do betão, são usados vibradores para compactá-lo e evitar vazios, mas o uso excessivo ou inadequado desses equipamentos pode deslocar as armaduras, alterar a posição da cofragem causar instabilidade na laje. Resultado: catrapum.
Ui e este? A qualidade do betão! O betão deve ter a resistência e a dosagem de cimento especificadas no projeto. Betão mal misturado, mal dosado, com excesso de água ou impurezas pode comprometer a resistência final, tornando a laje mais propensa a falhas. Resultado: catrapum.
Sabe-se que é sempre a aviar e por vezes uma laje em cura já leva com trabalhos em cima. Será Carga Excessiva sobre a Laje em Cura? Empilhar materiais de construção, como blocos e sacos de cimento, sobre uma laje que ainda está em cura gera sobrecarga e aumenta o risco de colapso. Mas quantas vezes já vemos armarem novos pilares, vigas e lajes acreditando que na de baixo toda a estrutura ... ai aguenta, aguenta. Resultado: catrapum.
Ai, este é doloroso, se ficaram com tudo a culpa é total. Será Falhas na Supervisão e Fiscalização? Certamente. A ausência de engenheiros e supervisores para verificar cada etapa da execução, desde a montagem da cofragem e estrutura de ferro até o lançamento betão, aumenta as probabilidades de erros, que podem resultar em um acidente. Sabemos como é quando se trabalha em regional porreirismo de tudo controlado, amigos uns dos outros, não se melindra ... Resultado: catrapum.
Esta não foi! Nesses dias não. Seria das Condições Climáticas Adversas? Chuva forte, ventos e mudanças bruscas de temperatura que interfiram na cura do betão e afetar a estabilidade da laje se não houver proteção adequada durante o lançamento e cura. Não acredito, porque em casa tenho uma laje deitada com tempo que acabou sendo de chuva (acreditando no Prior) e outra que foi de sol, a de chuva está rija rija, a outra está normal. Mas atenção, a "calda" ficou toda na laje, não escorreu o cimento para ficar os inertes. Mas é mais um caso de catrapum.
E se foram falhas combinadas, na aviação é assim, erros juntos? Fica ainda mais difícil para a fiscalização da obra, bem quiseram que orbitasse o conglomerado de interesses ... catrapum.
Com certeza a empresa que gera lucros a todos não fica a a perder, vamos ver mais uma engenharia financeira para compensar ... vão proceder a alterações fora do projeto e paga tudo?
Nota: a todos os que contribuíram para a prova documental os meus parabéns. As ameaças não foram poucas, como sempre. (link)
Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 3 de Novembro de 2024
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