E o futuro é... hoje, vou falar de algo muito inspirador: uma conferência de futuro que aconteceu na ilha da Madeira! Sim, o futuro, esse conceito abstrato que agora tem direito a palco, luzes e... Rita Piçarra convidada pela Arditi.
Rita Piçarra, a estrela da conferência, foi apresentada como uma espécie de messias motivacional. Alegadamente acumulou milhões pela Microsoft enquanto a mãe definhava de cancro — um detalhe que nos faz perguntar: será que a produtividade é mesmo o segredo do sucesso? Afinal, não se fazem fortunas de sofá!
Depois de alegadamente deixar a mãe a morrer de cancro para se lançar numa carreira milionária na Microsoft, Rita não só superou as adversidades como agora as usa em discursos motivacionais. Uma escolha ética, dirão alguns, que revela bastante sobre o ser humano por trás do PowerPoint. Afinal, quando a vida te dá limões, fazes limonada... mas se a tua mãe estiver a definhar num hospital, a receita fica amarga, não?
E quem trouxe esta pérola humana à Madeira? Claro, a sempre dinâmica ARDITI, com o aval do nosso quase-inocente Presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque. Ele, que alegadamente circula numa montanha-russa jurídica de corrupção, não deixou que essas minudências atrapalhassem o avanço da inovação na ilha. A ARDITI, visionária como sempre, achou que o público madeirense precisava de um modelo a seguir: alguém que saiba escolher entre visitar a mãe no hospital ou assinar contratos milionários com um café na mão.
Para abrilhantar ainda mais este evento de prestígio, temos Rui Caldeira. Ele, que gere um cartão de crédito no valor modesto de 6 milhões de euros — cortesia de Miguel Albuquerque, claro —, decidiu que o futuro é... gastar bem. Aparentemente, 6 milhões não são só para pesquisas científicas ou drones que voam entre bananais; são também para pagar os cachets de oradores como Rita, que nos ensinam que, às vezes, o melhor remédio para as adversidades é uma passagem só de ida para o Brasil, quando a mãe está a morrer de cancro.
No meio de tudo isto, Miguel Albuquerque apareceu para discursar, garantindo que tudo está no caminho certo. Quase. "A transparência é o nosso compromisso," disse ele com um sorriso tão polido quanto o cartão dourado do Rui Caldeira. Talvez o futuro da Madeira seja mesmo brilhante — ou, pelo menos, suficientemente ofuscante para nos fazer esquecer certas investigações judiciais.
E assim terminou a conferência. Inspirados, comovidos, e talvez um pouco mais pobres, os madeirenses regressaram às suas casas, sonhando com um futuro onde todos podem ser como Rita Piçarra: ricos, motivados e com uma desculpa perfeita para tudo.
E o futuro? O futuro é "brilhante" — mas só para quem souber usar o cartão de crédito certo.
O ponto alto do discurso de rita Piçarra foi quando ela explicou, sem pestanejar, como a doença terminal da mãe a motivou a procurar "mais" na vida. Mais o quê? Mais dinheiro? Mais títulos? Certamente não mais visitas ao hospital. Num mundo onde todos têm histórias difíceis, há quem escolha usá-las para ajudar os outros... e depois há quem as transforme em slogans de carreira.
O público, uma mistura de perplexidade e resignação, ouviu atentamente. Talvez porque, no fundo, a mensagem tenha sido clara: o futuro não é para quem hesita ou cuida, mas para quem sabe largar. Mesmo que isso envolva uma mãe com cancro.
E assim, o evento terminou, com palmas e algumas lágrimas. Não se sabe se as lágrimas eram de emoção ou de pura incredulidade. Mas uma coisa é certa: o futuro da Madeira está nas mãos de pessoas que nos inspiram... a manter a carteira fechada e a compaixão intacta.
Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 6 de Dezembro de 2024
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