Um chá quente em Belém: a terceira sessão coletiva


M arcelo Rebelo de Sousa, o Presidente mais afável do mundo ocidental, convida novamente os líderes dos partidos do Governo Regional da Madeira a Belém. O objetivo? Resolver, pela terceira vez, o mais recente episódio da novela “Governo Regional vai abaixo”. Entre scones e chá de camomila (porque café já causa ansiedade suficiente), o cenário estava montado para mais um momento de ouro da democracia portuguesa.

Marcelo: Meus caros amigos, é sempre um prazer ter-vos por aqui. Já me sinto quase como o mediador oficial da Madeira. Vou sugerir que me enviem um convite para as reuniões do Conselho de Governo! Mas digam-me lá, o que é que correu mal desta vez?

Miguel Albuqueque (PSD): Senhor Presidente, como sabe, nós temos uma coligação sólida... como um castelo de cartas ao vento. Mas o problema, mais uma vez, é a falta de compromisso do meu amigo Afofado aqui. Ele insiste em ser uma pedra no sapato do progresso.

Paulo Afofado (PS): Progresso? Senhor Presidente, se o progresso for transformar a Madeira numa Disneyland de betão, então sim, sou culpado. Mas o problema não é meu, é da falta de visão do Miguel. E já agora, por que é que ninguém menciona o senhor Sal? Ele está sempre a lançar farpas e depois foge como se fosse o árbitro neutro.

Élvio Sal(JPP): Ora essa, Afofado, que comentário ingrato. Eu apenas represento o interesse do povo, e a minha neutralidade é tão autêntica como a de um gato em frente a um prato de peixe. Senhor Presidente, estou aqui apenas para garantir que tudo seja feito com transparência e verdade, mas com este PS e este PSD, transparência é uma palavra proibida.

Marcelo (rindo nervosamente): Bem, meus caros, isto parece mais um jantar de Natal de família em que ninguém se entende. Vou assumir que estão todos de acordo em discordar. E então, qual é o plano para resolver isto? Ah, não se preocupem, eu posso sugerir que se façam mais umas eleições! Vocês adoram umas eleições...

Miguel Albuqueque: Eleições?! Sr. Presidente, eu mal sobrevivi à última campanha, e agora quer atirar-me para outra? Até já sonhei com debates em direto. Não me faça isso!

Paulo Afofado: Miguel, tu sobreviveste porque prometeram que tudo ia melhorar. Mas olha à tua volta! Nem os vossos outdoors ficaram de pé depois da última tempestade.

Élvio Sal: Por mim, eleições já seriam uma forma de pôr ordem neste caos. Mas eu continuo a acreditar que uma boa ronda de conversas no parlamento regional podia resolver o problema. Claro, se conseguirem ficar na sala sem trocar insultos.

Marcelo (com o seu sorriso clássico): Meus amigos, vamos lá, calma. Lembrem-se de que somos todos portugueses e que temos uma grande tradição de fazer muito barulho... antes de acabar tudo com um café e um pastel de nata. Sugiro que tentem mais uma vez. Mas já sabem, se isto voltar a falhar, estarei aqui, pronto para vos receber pela quarta vez. Afinal, qual é a graça da política sem um bocadinho de drama?

Enquanto os líderes se levantam, Marcelo volta-se para a sua equipa:

Marcelo (em tom baixo): Aposto um pastel de nata como estão de volta cá dentro de dois meses... E a Madeira, coitada, continua a ser a minha novela favorita.

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 24 de Dezembro de 2024
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