Os negócios dos Luíses: um joga nas slots, o outro nada com os tubarões
P ortugal sempre foi terra fértil para grandes empreendedores, sobretudo aqueles que sabem onde está o dinheiro e como fazê-lo multiplicar-se como pombos num jardim público. Hoje, vamos falar de dois mestres do jogo – um no sentido literal, o outro no sentido marítimo. De um lado, temos Luís Montenegro, Primeiro-Ministro de ocasião e agora, ao que parece, o novo croupier de luxo dos casinos Solverde. Do outro, Luís Miguel de Sousa, o senhor dos mares, rei do Lobo Marinho e comandante supremo das ligações marítimas na Madeira. Dois homens de negócios, duas formas de apostar, mas sempre com um denominador comum: o jackpot cai sempre para o lado certo.
Montenegro e o Bingo da Solverde
Luís Montenegro, que até há bem pouco tempo se dedicava a pregar moral política, decidiu agora que, afinal, as máquinas de jogo podem muito bem ser a solução económica do país. Dizem as más línguas (e algumas boas também) que o seu Governo tem feito mais pela Solverde do que qualquer jogador compulsivo numa sexta-feira à noite. Isenções, facilidades e um ambiente acolhedor para que os casinos continuem a brilhar mais que a economia portuguesa. Se há quem tente ganhar a vida no duro, há também quem perceba que o verdadeiro talento está em colocar as fichas na mesa certa. Montenegro, pelos vistos, joga com sorte: só aposta em casas que nunca perdem.
Luís das Ilhas e o Lobo Marinho Dourado
E depois temos Luís Miguel de Sousa, o outro Luís da história, mas com um talento diferente. Este não joga nas slots, joga nas ondas. Dono da concessão do ferry Lobo Marinho, que liga a Madeira ao Porto Santo, este Luís conseguiu transformar uma simples travessia marítima num verdadeiro cofre flutuante. A concorrência? Quase inexistente. O Governo Regional da Madeira? Sempre generoso. E os passageiros? Bom, esses pagam e não bufam, porque alternativa não há. Chamemos-lhe um verdadeiro monopólio bem embalado num embrulho de serviço público.
O Verdadeiro Jogo do Poder
Enquanto Montenegro distribui cartas aos casinos e Luís Miguel de Sousa mantém o seu ferry como única embarcação do tesouro, os portugueses assistem ao espetáculo com o mesmo entusiasmo de quem vê um jogo de matraquilhos viciado. No final, os apostadores perdem, os donos do jogo ganham e o país segue alegremente rumo ao desconhecido – talvez com paragem obrigatória no próximo buraco negro financeiro.
Se há coisa que estes dois Luíses nos ensinam, é que a verdadeira arte dos negócios em Portugal não está em correr riscos, mas sim em garantir que as regras do jogo são feitas à medida dos jogadores certos. Afinal, uns jogam nos casinos, outros navegam nas marés políticas – mas no fim, o resultado é sempre o mesmo: a banca ganha.
Nota do CM: ainda bem que na ALRAM é José.
Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025
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