S ou católico desde nascença, acredito em Deus, mas desconfio da Igreja dos homens, pois através dos tempos, têm sido tantos os episódios contrários à sua doutrina, que me levaram a que à mais de 50 anos me deixasse de confessar a um padre. Considero positiva a existência da igreja, pois tem um papel no mínimo de moderação nos maus instintos da humanidade. Por isso nos momentos em que sinto necessidade dum acto de confissão, dirijo-me diretamente a, DEUS E A ELE ME CONFESSO.
Hoje venho confessar-me a uma entidade também imaterial que não Deus, representada pela vossa plataforma Madeira Opina.
A situação presente que a Madeira vive, faz-me refletir sobre a realidade, política, social, e económica da nossa terra.
Como é que depois de tantos milhares de milhões recebidos, da UE, do orçamento de Estado português e dos impostos dos madeirenses que ficam na sua totalidade nesta região, sejamos o território português com maior percentagem de pobres, cerca de 30%, da sua população, ou seja 70.000 madeirenses.
Como é possível que 50 anos após a nossa autonomia, continuemos a depender maioritariamente da construção e do turismo. Num mundo cada vez mais instável, a qualquer momento, ficamos sem turismo e sem investidores imobiliários, cai a economia a pique e nem comida somos capazes de produzir para a nossa auto-suficiência. Sempre ouvi dizer que um povo que não produz o que necessita para a sua alimentação é um povo com o futuro hipotecado. Bem sei que as condições para desenvolvimento da agricultura, pecuária e pescas, não são as ideais, mas com as novas técnicas, algo poderia ter sido feito para minorar esta dependência do exterior. Pelo contrário ao longo destes 50 anos, e porque de facto a Madeira estava num estado de desenvolvimento tal, concentrou-se a atenção e recursos, nas políticas do betão, alcatrão e turismo, mas foi-se descurando uma maior diversidade da sua economia, o que nos levou ao panorama actual. Fruto dessas políticas, surgiram lóbis e monopólios, que tudo controlam e condicionam as políticas orçamentais do governo.
Assim temos alguns muito ricos e a maioria pobre. Sendo a Madeira uma das regiões mais ricas per capita do país, termos o maior coeficiente de pobreza, significa que as políticas económicas estão mal direcionadas e a distribuição da riqueza criada vai quase toda ela para o bolso duma classe dominante.
Não sou militante de qualquer partido, votei muitas vezes PSD, mas agora chego à conclusão que as suas políticas já não servem à Madeira. Numa região onde os jovens quando terminam os seus estudos, optam por ficar pelo continente, ou imigrar, pois na sua terra não têm oportunidades de trabalho, que lhes permita uma remuneração digna. Não têm capacidade de adquirir ou alugar uma habitação, que permita concretizar, aquilo que qualquer jovem ambiciona, a independência dos pais e constituição de família, torna-se necessária uma mudança.
Também já votei CDS, (esta uma das maiores desilusões da minha vida), pois traíram quem votou neles. Na primeira oportunidade, fizeram o contrário do que prometiam.
Não me revejo também nos partidos extremistas populistas de esquerda ou direita
Não confio também em pequenos partidos de esquerda e centro direita, pois à primeira oportunidade, comportam-se igual ao CDS.
Perante esta reflexão restam 2 alternativas, PS e JPP
Pessoalmente vou optar pelo PS, pois apesar das diatribes que periodicamente vêm a público, reconheço que tem quadros com conhecimento e experiência política que podem ser alternativa de poder. O JPP poderá ser um parceiro valioso numa alternativa de governo.
Só lhes dando uma oportunidade de governar, é que podem demonstrar que fazem melhor. Se assim não for temos uma arma na mão. O Voto que os elege também os põe fora. Com o estado atual de coisas, não temos nada a perder. Depois das experiências PSD/CDS, PAN e Chega, cujos resultados são conhecidos, não valerá a pena tentar uma experiência diferente?
Aprecio muito o vosso trabalho, Louvo-os por isso. Obrigado.
Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 16 de março de 2025
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