Ainda vai dar que falar, escrevam!


D epois de ver as notícias sobre a visita do Presidente da Assembleia da República à ARDITI e o elogio à sua “excelência” na investigação e inovação, fica a dúvida: qual é, afinal, a utilidade da Startup Madeira nos dias que correm?

Durante anos, sob a liderança de Patrícia Dantas, os resultados eram visíveis, havia rumo, havia ação. Agora, o navio parece à deriva. A entidade perdeu relevância, apagou-se do mapa da inovação. E é fácil perceber porquê: nos últimos anos, as “grandes inovações” resumem-se a um programa nas escolas em que todos se vestem de verde, algo que já devia estar no museu das ideias repetidas. Um projeto que se arrasta, parado no tempo, como se o resto do mundo não tivesse evoluído.

Os programas de ideação, aceleração e afins? São fotocópias de fotocópias. E todos sabemos o que acontece às fotocópias: quanto mais se repetem, mais esbatidas e irreconhecíveis ficam.

E os exemplos de sucesso que a entidade gosta de mostrar ano após ano? Curiosamente, são sempre os mesmos. Um “hall of fame” imutável, o que só revela o quão poucas iniciativas realmente resultam em algo palpável.

Depois há os “especialistas” em empreendedorismo, os mesmos que, segundo relatos vindos da UMa, aparecem nas aulas com um guião decorado e pânico de improvisar. Tudo o que fuja do texto, evapora-se.

E claro, a cereja no topo: a devoção aos “nómadas digitais”. Um amor caro, ao que indicam as próprias contas públicas, um buraco sem fundo que parece sugar recursos e sentido.

Em suma, a Startup Madeira tornou-se especialista... em parecer que faz.

Tiroteia em todas as direções, produz ruído, mas de impacto, nem sinal.

Ninguém repara? Está toda a gente a dormir?

Porque se a principal função agora é aparecer nas fotografias, então é pouco. Muito pouco.