As forças ocultas que rondam as casas de abrigo


O assunto que me traz por cá, são as interrogações que se levantam a mais uma casa de abrigo, nomeadamente a Casa de abrigo das Sorveiras.

A s casas de abrigo, vulgarmente conhecidas por casas do governo, criadas noutros tempos, como medida social destinada aos trabalhadores da função pública, baseada no fomento e promoção do lazer destes trabalhadores e das suas famílias, proporcionava a que estes pudessem beneficiar destes espaços por curtos períodos de tempo.

Posteriormente esta medida foi alargada de uma forma geral a toda a população, constituindo para muitas famílias o único recurso para beneficiar de um pequeno período de férias em família.

É bem verdade que estas casas de abrigo passaram a estar disponibilizadas a toda a população, ainda que com um custo simbólico, mas em bom rigor quem beneficia realmente destas casas de abrigo, não são as famílias Madeirenses da classe média/alta, porque estas têm outra capacidade económica para pagar espaços com outras condições e vão passar os seus fins-de-semana para casas com piscina ou para hotéis e as férias são fora daqui. Quem utiliza estas casas é o zé povinho, aqueles que fazem uma ginástica permanente para chegar ao final do mês, e que não podem pagar uma casa com conforto, sendo para alguns madeirenses a única possibilidade que têm para sair de casa e ter um cheirinho a descanso.

No passado eram vários os concelhos que estavam contemplados com esta medida com uma ou mais do que uma casa, património que se foi deixando degradar, com exceção para a Casa do Pico das Pedras e a Casa dos Cedros. Há alguns anos, a Casa do Rabaçal e a Casa do Ribeiro Frio foram remodeladas e concessionadas, favorecendo os apetites económicos de alguns e servindo outros interesses que não o propósito social subjacente a estes espaços, beneficiando delas o turismo, povos que têm poder económico, em detrimento dos Madeirenses, numa clara ação de restrição destes espaços e usurpação de um património que pertence a todos nós.

Há pouco tempo, a secretária Rafaela Fernandes, anunciou a criação de mais um estacionamento para resolver o fluxo de viaturas ao Pico do Arieiro. Este estacionamento localizar-se-á junto à Casa das Sorveiras e para quem não sabe esta era uma das poucas casas de abrigo, pretensão que está na gaveta, devido ao governo estar em gestão, mas não abandonada. Lembro que esta casa recebeu melhoramentos no mandato de Susana Prada com direito a inauguração vindo a estar disponível, desde então, na plataforma do IFCN. Os utentes no momento da sua ressecção eram brindados com uma apresentação histórica sobre a Casa, narrada pelos Policias Florestais. Nessa apresentação entre outra informação, ficavam a saber que a casa era propriedade do Dr. Rui Silva, médico de muitas famílias Madeirenses, e que doaria à região por sua morte, para dela beneficiar os Madeirenses.

Com uma localização única e vistas soberbas sobre a costa norte e o mar, é uma casa que traz pano para muitas mangas e apetites, adensando-se muitas dúvidas sobre a real intenção de terraplanar aquele local para estacionamento.

Porquê que a Casa das Sorveiras foi retirada da plataforma e já não está ao serviço dos Madeirenses?

Porquê um parque junto à Casa das Sorveiras, afastado da estrada e muito abaixo do Pico do Arieiro, quando há outros espaços e mais próximos que podem servir para estacionamento e de forma menos compactada?

Dá o que pensar!

Como sabe bem uma poncha ou uma caneca depois de andar tanto estrada a baixo ou fazer uma refeição com aquela vista infinita! Não é?

Aguardemos com grande espectativa o destino a dar à Casa das Sorveiras se este governo for MA e perceber a que Dário desta terra vai servir.

Estejam atentos!

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