Delta Santo Agroturismo, ... outra vez.


Betão, envelopes e a destruição da Madeira, Lda.

Q ue "delícia" ver a Madeira a transformar-se numa selva… de betão! Porque, claro, nada diz progresso como substituir séculos de história por hotéis, resorts e "eco"-lodges (que de ecológico só têm o nome). E quem é o grande maestro desta sinfonia de retroescavadoras e notas de 500€? O nosso velho conhecido Luís Miguel de Sousa, o verdadeiro patrão das obras. Ele já tinha dado um jeito n o Porto Santo – porque areia e mar são uma combinação ultrapassada –, e agora, pelos vistos, decidiu que as quintas históricas do Funchal também precisam de um “upgrade”. Afinal, património é giro e tal, mas só quando não atrapalha os negócios.

E como se alteram os planos de preservação? Fácil! Basta ter os amigos certos nos lugares certos. E é aqui que entra a Câmara do Funchal e o nosso querido Joãozinho Rodrigues, sempre tão empenhado em servir… os interesses certos, claro. Há quem diga – e são só boatos, não me processem – que os envelopes andam a circular com mais velocidade do que um tuk-tuk na Zona Velha. E que, com um toque de magia e algumas reuniões “informais”, o que era intocável passa a ser "projeto de interesse turístico".

E os madeirenses? Bem, esses que se contentem com postais antigos, porque, ao ritmo que isto vai, daqui a pouco só conseguimos ver a Madeira como ela era através do Google Imagens.

Ainda podemos vender o nome “Madeira” a um grupo de investimento do Dubai e mudar oficialmente para “Betoneira do Atlântico”. Ou melhor: "Delta Santo Island Resort - Formerly Known as Madeira".

E o que vem a seguir? Já estou a ver os planos: Laurissilva privada, com acesso exclusivo para hóspedes VIP. Teleférico do Monte substituído por um heliporto privado para magnatas estrangeiros. Sé do Funchal convertida num spa boutique, com missa apenas para clientes premium.

E quem é que pode parar isto? Pois, essa é que é a pergunta! Porque enquanto houver quem compre e quem venda, a Madeira continuará a ser retalhada, lote a lote, até ao último metro quadrado.

Agora, a grande questão é quando é que alguém tira este pessoal do volante antes que a Madeira deixe de ser Madeira e passe a ser um catálogo de empreendimentos imobiliários? Ou vamos deixar que, depois das quintas, comecem a vender também a Laurissilva a metro quadrado? Quem sabe, talvez a próxima ideia genial seja transformar o Mercado dos Lavradores num shopping e o Monte num condomínio privado com elevador direto para o céu.

Como diz o novo ditado: "Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte... é porque não está na Câmara do Funchal."

Leitura sugerida: O quartinho do Sousa (link)

Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 9 de março de 2025
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