Desculpas para o dia 23 à noite


A ndam já a espalhar boatos sobre quem vai votar em quem. X ou Y, como se fossem donos dos votos. Como se o voto tivesse patrão. Mas não tem. O voto é de quem vota e ponto final.

Agora andam numa correria à procura de bodes expiatórios para justificar o que aí vem, da esquerda à direita. Sim, falamos das sondagens que castigam uns poucos de partidos e o rei mor à cabeça, o novo único importante de nome Albuquerque. Como se não soubessem muito bem quem cavou este buraco. Como se o povo tivesse culpa das asneiras que meia dúzia fez.

E toda a gente sabe o que foi feito a quem ousou pensar diferente. O que foi feito a quem não bateu palmas nem se enfileirou no rebanho. Espezinharam, boicotaram, viraram costas. Para quê? Para agora andarem de mão estendida, a chorar migalhas de um poder que já não controlam? Para agora andarem a mendigar acordos?

Não foram os cidadãos que trouxeram a Madeira até aqui. Não foram os eleitores. O que trouxe a Madeira a este ponto foram as escolhas de meia dúzia de iluminados. Quatro ou cinco decidiram que Albuquerque era "o homem", o líder supremo, o senhor absoluto do destino deles e de todos nós. Pois agora chupem e sigam. Sem vergonha nenhuma.

E no meio disto tudo, quem tinha mesmo de ser homem era Albuquerque. No meio de tanto problema, à vista de todos, era ele que devia ter a coragem de assumir as consequências. Mas não. Só se pensa no próprio umbigo.

Agora vêm com a lenga-lenga do "legado". Mas qual legado? Quem é que o honrou? Ninguém! Só houve uma corrida para tratar da vidinha. Agora querem chamar a velha guarda? Esqueçam. Há um cheiro a mudança no ar, e se calhar é o cheiro que vai acabar de vez com o que ainda resta dessa máquina de poder.

Não venham atribuir méritos a quem não os tem. Nem empurrar responsabilidades para os outros. Sejam homenzinhos e assumam. Cada qual que leve com o peso das suas escolhas.

Não sou do PSD, nem quero saber desse saco de gatos, mas há uma coisa que sei: o que eles estão a sentir agora, muitos sentiram durante 50 anos. Perseguições. Exonerações. Pressões. Pois agora sentem um bocadinho na pele. Agora dói? Pois aceitem que dói menos.

Agora é uma festa: todos querem votos a soldo e todos se acham donos dos votos de um grupo. IL, CDS, CHEGA, PS, JPP e, maior piada ainda, o PSD. Porra, façam ou fizessem por isso! Não sejam cordeiros cegos que olham para dentro do galinheiro quando a comida toda está lá fora.

Vejo uma esperança rosa e verde que vai honrar tantos que lutaram durante 50 anos e que vai fazer doer consciências. É o preço das escolhas. Vai doer, mas é a vida.

A mudança será maior do que uma grupeta de um partido que faz jus ao nome: partido aos quadradinhos, aos estilhaçinhos.

Aqui ninguém está à espera de D. Sebastião. O que se espera é que no dia 23 apareça o escolhido pelo povo. Sem esquemas escondidos. Porque se houver, não tenham dúvidas, serão desmontados.

E nem se atrevam.

No dia 23, quase todos os partidos vão chorar pelas escolhas que fizeram. Pela cegueira. Pelos grupos que deixaram de fora. Por quem não quiseram ver. Da direita à esquerda, vai ser um fogo de artifício de choradeira.

E no fim, só se ouvirá a música do Zé Cabra:

"São lágrimas caindo do meu rosto, são lágrimas que choro por quem gosto”.

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 12 de março de 2025
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