A pressa das inaugurações não deu só alcatrão colado nos sapatos, também trouxe pragas, assim como a forretice dos nossos dias trouxe as doenças tropicais a um lugar iludido com massificação e medalhas, que despreza madeirenses e só quer pagar "gente barata". Mas também tende-se a tratar duas ilhas por igual, quando deveriam ter gestão específica tanto na gestão imobiliária como até nas plantas...
Noutras campanhas eleitorais a pressa de inaugurar ignorou a importância das quarentenas de plantas na prevenção de pragas, quem sabe se não foi assim que entrou o escaravelho e o mosquito. A cabeça dos governantes faz uma parte e os hoteleiros outra e assim temos Pragas & Doenças, não limitadas.
A introdução de plantas na região pode representar uma ameaça significativa à biodiversidade e à economia agrícola local. As quarentenas fitossanitárias existem para se cumprir e estão acima de calendários eleitorais. Desempenham um papel crucial na prevenção da entrada e disseminação de pragas e doenças que podem comprometer ecossistemas inteiros, causar enormes prejuízos económicos e até mesmo levar à extinção de espécies nativas. No nosso caso, o que é visível é que o dinheiro foi-se e a era das palmeiras também.
Muitas pragas e doenças agrícolas são "altamente especializadas", não precisam da alteração da orgânica para atuar. Ao serem introduzidas em novos territórios estão sem os seus predadores naturais que garantiam o equilíbrio, assim, podem multiplicar-se rapidamente, tornando-se invasivas. O governante eleiçoeiro não é predador de pragas, só dos eleitores.
As quarentenas fitossanitárias não são burocracia, são um conjunto de medidas preventivas para inspecionar, monitorizar e, se necessário, tratar ou impedir a entrada de plantas potencialmente contaminadas. Eu sei que é duro perder tempo de faturação e eleitoral, mas não ceguem.
Muita gente pergunta como entra a droga que não é produzida cá. Tenho uma pergunta parecida. A inspeção rigorosa em portos e aeroportos para detetar pragas visíveis ou sintomas de doenças é importante, quando são pessoas muitos importantes do partido como fazem cumprir? É verdade que muitas plantas vêm com certificados fitossanitários, exigindo que as plantas transportadas atendam a normas específicas do país de destino, mas nós aqui temos que nos certificar que não é só um papel escrito. Um pró-forma. Se tivessem feito o tratamento de todos os materiais vegetais (fumigação, desinfeção térmica ou biológica) para eliminar potenciais ameaças... tínhamos pragas? É importante o isolamento temporário em quarentena para as plantas importadas sejam mantidas sob observação antes de serem "libertadas" para o ambiente. Passa por calendarização com a conivência temporal da Estufa Produtora ou Fornecedor. É que com a variável das Alterações Climáticas temos o caldo entornado.
Reparem nos impactos económico e ambiental devido à falta de controlo eficaz. Ganhou-se um mês? E o que daí resultou? A ausência de políticas eficazes de quarentena pode resultar em custos milionários para controlar as pragas e perda de colheitas, vão dizer que felizmente a produção agrícola na Madeira está naturalmente a pique. Há quantos anos ouvimos falar do escaravelho das palmeiras e não conseguimos controlar?
Mas depois tem outra, o impacto ambiental com o uso excessivo de pesticidas, que afetam a fauna e os polinizadores. É um desastre igual aos incêndios e do outro espojado no areal, mas não se nota. Já temos uma serra de invasoras, a "febre amarela", fruto do desequilíbrio ecológico, e falta de sucesso na reflorestação, que permite que as espécies invasoras tomem o lugar das espécies nativas, prejudicando o solo e a água (não tinham pensado ainda?).
Usemos um termo que serve para ir buscar dinheiro mas também pragas, as Ilhas e Regiões Ultraperiféricas, regiões insulares, como a Madeira, os Açores ou as Canárias, são particularmente vulneráveis. Devido ao seu isolamento natural, muitas dessas áreas não desenvolveram resistência contra pragas externas. O controlo rigoroso de importação de plantas nesses locais é essencial para evitar catástrofes ecológicas e agrícolas. Não será isso que se passa na nossa agricultura? Cada vez mais difícil de produzir?
A implementação de quarentenas fitossanitárias rigorosas não é apenas uma necessidade técnica, mas uma estratégia essencial para garantir a segurança alimentar, proteger a biodiversidade e preservar a sustentabilidade dos sistemas agrícolas. Prevenir é sempre mais barato e eficaz do que combater uma praga após sua instalação. As autoridades e os cidadãos devem estar conscientes da sua responsabilidade neste processo, respeitando as normas e evitando a introdução irresponsável de plantas e sementes em novos ambientes.
Felizmente não há inaugurações como antigamente.
Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 8 de março de 2025
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