O destino também pode ser fúnebre, se continua assim...


Morrem muitos turistas na Madeira, isso não é notado mais porque a notícia logo se esquece mas ninguém faz notar por outras formas. Seria um princípio para ter que mudar, mas não querem, por isso deixa andar. O problema é que todos os problemas que se desvalorizam acabam descontrolados. A Madeira não tem capacidade de vigilância e organização para o turismo que mete cá dentro. A comunicação social não está vocacionada para fazer notar pela sua dependência do Governo Regional e amizades sinistras.

A morte de turistas na Madeira tem sido crescente, e as causas geralmente estão relacionadas com quedas em trilhos e levadas, acidentes no mar e problemas de saúde súbitos. Também desaparecem e ninguém mais os encontra.

Muitos turistas aventuram-se em percursos exigentes sem preparação física ou sem respeitar as condições climatéricas, chegam e querem aproveitar ao máximo o seu tempo de férias e não respeitam regras sem fiscalização. Falta mais informação prévia sobre a dificuldade dos percursos. Fazer o levantamento do que acontece e fazer notar como experiência prática. O uso inadequado de calçado e falta de equipamento adequado são duas áreas que noto. O tempo muda de repente na Madeira. Exemplo: as quedas fatais em trilhos como a Vereda do Areeiro ou a Levada do Caldeirão Verde.

É preciso o reforço da sinalização e avisos sobre condições meteorológicas nos pontos de entrada das levadas. Claro que dá trabalho, dia a dia, mas não quiseram massificação? E o apoio? Nunca como agora vale a pena apostar em mais apoio aos turistas. Temos que aplicar multas para quem ignora avisos de trilhos fechados por mau tempo. Temos que subir a qualificação, guias certificados obrigatórios para percursos de alto risco. As campanhas devem estar na internet, e haver sensibilização em hotéis e aeroportos sobre a segurança nas caminhadas.

Afogamentos e acidentes no mar, é preciso dizer aos turistas que isto é mar aberto, correntes marítimas fortes e ondas inesperadas apanham turistas desprevenidos. Com esta massificação, e turistas que acham que isto é tropical, há alta de vigilância em algumas praias e zonas de mergulho, todo o ano? É preciso instruir para as características do mar da Madeira, profundo e imprevisível. Há turistas em busca do idílico para a fotografia, sítios sem muita gente e por desinformação metem-se em problemas.  Mais informação visível nas praias sobre correntes perigosas. A mesma sinalética dos trilhos devem estar adequadas nos acessos ao mar, com manutenção permanente (não é uma empreitada e acabou). Precisamos do reforço da presença de nadadores-salvadores em praias turísticas todo o ano ou grande parte do ano. Repito, quem massificou não pensou nisto? Vai doer mas é preciso se dizer, temos que melhorar a regulação das empresas que oferecem passeios de barco e atividades aquáticas. Para não acontecer como como noutras partes do mundo, o mais recente no Egipto.

Há algo curioso, apesar do rejuvenescimento do turista do destino Madeira, muitos ainda são idosos e fazem caminhadas exigentes sem preparação. Julgo que doenças pré-existentes não são levadas em conta ao planear atividades. Eu acho que para este volume de turismo (têm consciência?) falta postos de socorro em trilhos mais remotos. É claro que assim tudo isto vai deixando de ser natural, mas quando se fala em sustentabilidade implica muita coisa. A criação de pontos de emergência médica com desfibrilhadores em locais turísticos é necessário, a par disso, é necessário melhorar a formação de guias e funcionários de hotéis em primeiros socorros, as guias devem ter um kit médico. É importante sensibilização para que os turistas façam um check-up antes de viagens exigentes, como é o caso da Madeira, se querem usufruir da natureza.

A Madeira é um destino maravilhoso, mas a segurança dos turistas deve ser uma prioridade. Medidas simples como melhor sinalização, fiscalização e sensibilização podem evitar tragédias. Certo? Ou é só convencer mais low costs a vir para a Madeira?

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