D urante anos, Miguel Albuquerque reinou na Madeira como um monarca disfarçado de democrata, segurando as rédeas do poder com mão firme e um sorriso confiante. O arquipélago, conhecido pelas suas paisagens exuberantes e pelo turismo próspero, escondia nos seus bastidores políticos uma teia de favores, contratos suspeitos e um sistema onde a impunidade parecia ser um direito adquirido.
Mas, como qualquer império que se julga inabalável, chegou o dia em que as muralhas começaram a ruir. As investigações judiciais avançaram e os ventos da mudança começaram a soprar forte. Enquanto colegas seus já tinham sido constituídos arguidos, Albuquerque usava o seu último escudo: a imunidade do cargo. Enquanto fosse Presidente do Governo Regional, a Justiça teria de esperar.
A estratégia era clara: manter-se no poder a qualquer custo, não por ambição política ou desejo de servir o povo, mas para evitar sentar-se no banco dos réus. Cada dia na Quinta Vigia não era apenas mais uma jornada de trabalho, mas um adiamento estratégico daquilo que todos sabiam ser inevitável.
Agora, o calendário joga contra ele. No próximo domingo, 23 de março de 2024, os eleitores da Madeira irão às urnas para decidir se ele continua a segurar as chaves da imunidade ou se, finalmente, terá de enfrentar as perguntas da Justiça sem o conforto do cargo.
Se perder, não será apenas uma derrota política. Será o começo de uma nova realidade, onde Albuquerque deixará de ser o líder intocável para se tornar mais um nome na longa lista de políticos que acreditaram que a imunidade era eterna. A sua queda abrirá portas para investigações aprofundadas e, quem sabe, para revelações que muitos preferiam que ficassem enterradas.
Na noite eleitoral, enquanto os votos forem contados, Miguel Albuquerque não estará apenas a observar os números. Estará a contar as horas de liberdade que lhe restam. Porque, ao contrário das promessas eleitorais e os anúncios ocos, a Justiça pode tardar, mas não falha.
Por agora, vamos nos entretendo com o jornalismo do PSD e os Jornais dos Oligarcas, tentando manipular a Opinião Pública e dourando a pílula. É importante ir votar no domingo, penso que já percebeu isso.
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