A saga de médicos que destroem a sua imagem com a política está em alta, os médicos são tipo a Igreja e o Jornalismo que se entregam à política e a política do poder transforma-os em votos, durante um tempo, para depois de esgotada a fórmula encostam os abusados, que não notam, por falta de crédito. Canibalizados. A Igreja e o Jornalismo estão assim, a classe médica vai a caminho, sobretudo pelo mercantilismo desumano que por aí vai...
O PSD, sem luz própria é como o Miguel Albuquerque a visitar investimento privado e a ficar com todo o tempo de antena para si. Não fez "boi" mas brilhou, e só brilha porque a comunicação social dá cobertura a este esquema por estar ajoelhada ao poder e à vaidade dos empresários, muitas vezes do PSD ou emigrantes, não querem enxergar.
Mas vamos a José Luís Nunes, creio que desta vez, com mais estas asneiras verbais, já não tem o crédito enquanto médico para cobrir, ou seja, está perto de ser desinteressante para o PSD. Sobretudo quando na Assembleia Municipal perdeu a maioria que tinha para dominar e fazer censura (link). Em 2021, a Assembleia Municipal teve 17 representantes do PSD e 16 da oposição, nas recentes Autárquicas de 12 de outubro, baixou e perdeu a maioria absoluta, agora o PSD tem 15 assentos e a oposição no seu conjunto 18. Claro que se seguem as compras do tipo Roberto Vieira. Se a oposição também não toma juízo, qualquer dia são abatidos de um a um (o PS que vá pensando seriamente no que quer para sobreviver).
Hoje, olhem para o recorte, o pasquim que está cego pelo MediaRAM e só faz asneiras por falta de isenção e pluralidade, volta ao ataque. Mais um exemplo de como é ter um órgão de comunicação social no bolso para nascerem destas coisas surreais.
O episódio envolvendo José Luís Nunes e o DN é um retrato fiel da promiscuidade entre o poder político e certos meios de comunicação. Depois de uma entrevista, em que o presidente da Assembleia Municipal do Funchal e parceiro de Jorge Carvalho revelou a sua visão mercantilista da educação, mas ainda a pretensão de transformar a escola num negócio subsidiado pelo erário público, as críticas multiplicaram-se nas redes sociais.
Perante a indignação, o jornal regressa no dia seguinte com uma nova peça inteiramente dedicada à tentativa de reparação da imagem do médico e empresário, sem contraditório, sem contextualização e sem confronto com os argumentos de quem o criticou. Um exemplo claro de como ter um órgão de comunicação social no bolso permite reescrever a narrativa ao sabor da conveniência política.
Em vez de dar voz às reações legítimas à sua primeira entrevista, onde o próprio sugeriu recorrer a estagiários para compensar a falta de profissionais, admitindo implicitamente os baixos salários praticados no setor, o DN optou por amplificar o discurso "vitimista" de José Luís Nunes. Uma manobra previsível, mas ainda assim lamentável, que confirma o quanto a Madeira precisa de jornalismo independente, livre e capaz de resistir às pressões do poder.
José Luís Nunes deveria ter se mantido a tratar de "assuntos pessoais" quando Pedro Calado abusou das listas do PSD Madeira, teria saído bem, assim, depois do recuo (falta de palavra), com o antecedente da censura na Assembleia Municipal (link) e esta entrevista desastrosa com uma correção do pasquim, a ver se livra o garante de votos... arruinou a sua imagem.
Nada disto acontece antes das eleições para mostrar ao eleitor a natureza de alguns, isso é um serviço pago aos jornalistas que perderam o faro da notícia e, aposto, que estão em autocensura ou censura, tal como tantos "cá fora" desses meandros do obscurantismo do poder casado com Igreja e Jornalismo. É impossível o jornalismo não ver o que vemos, os jornais parecem revistas do cor-de-rosa. Tudo isto deve ser mais uma historieta do fazedor de política a desopilar no Planeta do DN, um tal de Beto. Se ele fosse interceder para mostrar o verdadeiro estado da saúde não era melhor?
Termino, sem antes dizer isto, temos um grupo de assalto aos dinheiro públicos em diversos quadrantes da nossa sociedade e economia, as despesas são do Governo Regional, este infraestrutura os negócios dos privados do regime para só terem lucro. Está de tal forma normalizado que um governante que zele pela coisa pública é "morto" e demitido. Querem ver que a nova secretária da Educação vai servir de bode expiatório para lavar a cara de Jorge Carvalho... a quem José Luís Nunes é o novo unha com carne. Não aprendeu com Pedro Calado? Claro que sim, ainda por cima ela deixou de ter o Mediaram.
P.S.: peço ao Madeira Opina que não divirja o caminho que leva perante censuras, vaidades, o poder persecutório, o silenciamento e uma oposição estúpida, cheia de vaidades e egos, limitada aos lugares. A verdade aparece sempre.
