Q uando a cúpula anunciou a nova hierarquia, a Região parou. Não por crise, inflação, duodécimos ou aquelas coisas chatas de sempre, mas por um motivo bem mais interessante: ninguém esperava que ela fosse a escolhida. Havia economistas, juristas, especialistas, até "saudesistas" na fila, gente de currículo robusto e histórico impecável. Mas ele, com seu olhar visionário, enxergou qualidades que escaparam aos meros mortais. Alguns piscaram os dois olhos com a revelação, parecia o Marítimo na atual classificação a chegar à Primeira Liga, outros piscaram um só olho, malandros, esboçaram um sorriso
“Mas o que vê fulano em fulana?”, perguntavam os jornalistas, os analistas políticos e especialmente todas as damas, que, segundo fontes palacianas, tiveram um acesso de “entusiasmo” digno de registro nos anais da República, umas mais do que outras.
A nova hierarquia, de facto, tinha um talento especial para ocupar espaços. Carismática, envolvente, muito próxima ao chefe da cúpula, conhece como ninguém os bastidores do poder, para lá chegar soube manobrar na forma certa. Todo rabo de palha “é de confiança absoluta”, garantia presente em qualquer cabeça de cúpula, piscando de novo um olho que parecia ter vida própria.
A população, claro, ficou dividida. Para alguns, um escândalo. Para outros, um exemplo de meritocracia: afinal, ela soube conquistar seu espaço com dedicação total. E se o presidente a via como imprescindível, quem era o povo para discordar? E lá "cupulou-se" a hierarquia.
O "secretariado" que conta, o do conselho do poder, ganhou um novo rosto, dizem que na residência oficial acendeu-se um sorriso, por ventura noutras residências se apagou. A inteligência e o facto de poder conversar mais sobre estratégia e menos sobre estrias, deve ser uma mais valias, porque pujança e juventude para a administração da coisa pública da cúpula não será, até porque as outras não são feias e também têm atributos. A inteligência "miquiavélica" sem estrias pode ser micado de mau caminho, quando se puxa pelo pau errado vem paulada de cima para baixo. O cúpula-mor, que dizem dotado, até porque derrota toda gente, detesta gente burra, talvez esteja em busca de uma rodada de paridade fora das elites de marca que, de outros conselhos lhes pareceram portas e pneus ao ralenti. Ele tem nostalgia das lindas e inteligentes, parecendo que as suas próprias rugas não contam, afinal ele é um U.I.
Nota: querida plataforma, gosto de ti livre, mantém-te sem estrias.
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