A Universidade da Madeira não ata nem desata


O assunto que aqui me traz já por diversas vezes foi abordado no “Madeira Opina”. Porque sou levada a acreditar que este espaço livre de opinião dá frutos (noutros domínios as críticas aqui apresentadas têm contribuído para algumas transformações), volto a falar dos concursos para progressão na carreira dos professores da Universidade da Madeira (UMa).

O Reitor é presidente de quase todos os júris dos concursos. Há concursos que foram abertos há sete e oito meses. Mas até ao dia de hoje nada se sabe oficialmente sobre os candidatos vencedores.

Pode alguém pensar que são muitos os candidatos e os júris têm muito trabalho para selecionar os mais bem colocados e que serão providos nas respetivas vagas. Todavia não é isso que acontece. Há concursos que têm apenas dois candidatos. Sete meses não é tempo suficiente para despachar um concurso com dois, no máximo cinco, candidatos?

Bem sei que há receios de um concurso mal instruído ir bater ao Tribunal Administrativo, como tantos que para lá já foram, pelas irregularidades que os presidentes dos júris fizeram vista grossa. Mas sete ou oito meses, para analisar candidaturas de dois, no máximo cinco, candidatos, é muito tempo.

Neste processo, há alguma coisa menos clara. Como se trata de uma instituição paga pelo Governo Central, o Reitor deveria esclarecer por que razão não são divulgados os resultados.

Com regularidade, o Reitor aparece na página de opinião do Diário de Notícias do Funchal a proclamar as virtudes da UMa e a incentivar a sua frequência.

Trata-se de exercícios de retórica, porque o que verdadeiramente interessa esclarecer nunca surge nos seus artigos de opinião.

Quem quiser perceber quanto demora um concurso na UMa, pode consultar esta página:

Sobre estes concursos e sobre quem ficou em primeiro lugar muito se fala em voz baixa no Campus da Penteada. Dá a impressão de que alguém conhece os desfechos. É essa a minha percepção. Mas oficialmente nada é transmitido.

Agradeço ao “Madeira Opina” por mais uma vez publicar um artigo sobre este assunto, pois a UMa parecer estar a brincar com a vida dos seus professores. Temos de, com paciência, voltar ao mesmo, até o assunto ser resolvido. Nunca me sinto derrotada por lutar pela transparência. Protelar as promoções é desincentivar a dedicação à carreira docente, é contribuir para a generalizada desmotivação, é impedir o aumento do vencimento e, consequentemente, da pensão da aposentação.

Uma Universidade, digna desse nome e que se preze, não pode levar sete ou oito meses para despachar o preenchimento de uma vaga. Isso é, no mínimo, ridículo, mas também elucidativo de como a UMa trabalha, adiando (até ver!) e manipulando (até onde puder!) para que os lugares sejam para os amigos. Custe o que custar!

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