N os últimos tempos, têm surgido inúmeras denúncias sobre a gestão caótica e o ambiente de trabalho insustentável no Dreams Madeira Resort. Relatos internos apontam para um padrão alarmante de má administração, práticas abusivas e falhas operacionais que comprometem tanto a qualidade do serviço prestado aos hóspedes como a dignidade dos trabalhadores. O que se passa nos bastidores desta unidade hoteleira condenada ao abismo é mais grave do que se imagina.
A equipa de serviço, composta, na sua maioria, por funcionários sem a qualificação necessária, lida diariamente com tempos de espera excessivos, chegando a atingir uma hora e meia apenas para servir um jantar. O caos na receção é evidente: chamadas que nunca são atendidas e uma gestão desorganizada que gera frustração entre os hóspedes. Mas estas são apenas as falhas superficiais de um problema muito mais profundo.
Nos corredores do hotel, o ambiente de trabalho tornou-se insuportável. As reuniões internas são marcadas por um tom de ameaça e intimidação, levando à saída de vários funcionários e criando um clima de medo e instabilidade. Há, ainda, suspeitas graves sobre a utilização de câmaras ocultas para vigiar os trabalhadores, uma prática ilegal que coloca em causa a privacidade e os direitos dos colaboradores. De acordo com o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD - Regulamento (UE) 2016/679), a instalação de câmaras sem o conhecimento e consentimento dos trabalhadores viola a sua privacidade e pode configurar um crime. Além disso, o Código do Trabalho Português (Lei n.º 7/2009, Artigo 20.º) proíbe expressamente a utilização de meios de vigilância à distância para controlar o desempenho dos trabalhadores.
O cenário torna-se ainda mais sombrio com os relatos de invasões de quartos durante a madrugada. Apenas os quartos das funcionárias da equipa de animação foram alvo destas intrusões suspeitas, deixando as vítimas traumatizadas e aterrorizadas. Uma das mulheres, incapaz de suportar a situação, acabou por deixar a ilha, enquanto outra foi forçada a alugar um quarto fora do hotel para se sentir segura. Mesmo com a gravidade da situação, a administração do hotel não tomou medidas para proteger as vítimas, mantendo-se em silêncio cúmplice.
Numa dessas noites, a polícia chegou a ser chamada, mas não foi autorizada a entrar nas instalações. A prioridade não foi proteger os trabalhadores, mas sim manter a aparência impecável do hotel perante os clientes, escondendo a realidade a qualquer custo.
Os abusos estendem-se também às condições básicas dos funcionários, que são obrigados a procurar alimentação fora do hotel devido à falta de qualidade das refeições disponibilizadas. A cozinha do staff é gerida por pessoas sem qualquer conhecimento da gastronomia portuguesa, resultando numa alimentação inadequada e insuficiente.
Agora, a gestão inicia uma nova fase de perseguições e despedimentos. Mas não se trata apenas de ordenados em atraso. Há funcionários que estão a ser deliberadamente privados do seu salário, usados como peças num jogo de manipulação cruel. O objetivo? Forçá-los a sair sem qualquer indemnização, destruindo-lhes a dignidade e eliminando qualquer resistência. O Código do Trabalho Português (Artigo 129.º, n.º 1, alínea d) protege os trabalhadores contra este tipo de abuso, considerando que a retenção deliberada de salários constitui uma infração grave.
Além de prejudicarem os próprios funcionários, o hotel tem-se revelado um autêntico caloteiro, acumulando dívidas a fornecedores e a profissionais que trabalham diretamente com a unidade a recibo verde. Há relatos de trabalhadores independentes que ficam meses à espera do pagamento, enquanto a administração se faz de desentendida. Uma autêntica vigarice institucionalizada, sustentada pelo silêncio e pelo medo.
Mas este silêncio tem os dias contados. Quem quiser comprovar a veracidade dos factos só tem de entrevistar os funcionários que saíram, que poderão relatar tudo em sede própria. E isto é apenas o começo. Mais textos virão, porque há outras situações igualmente graves a serem denunciadas. O Dreams Madeira Resort tornou-se um pesadelo – e desta vez, ninguém vai conseguir esconder a verdade.
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1 Comentários
Infelizmente tudo o que foi escrito é verdade. Em primeiro lugar, como é possível abafarem casos como a invasão ao quarto das funcionárias da equipa da animação, sendo que uma das vítimas ficou traumatizada que acabou por deixar o resort, por medo e trauma. Em segundo lugar, não sei é como por exemplo tem um porteiro que aguentou tanta mas tanta coisa, como intimidação por parte dos colegas. Sim trabalhei noutra secção, mas infelizmente assisti de vista o que alguns bagageiros faziam ao rapaz. E despediram-me a mim por ser mal educada para com os clientes quando na verdade fizeram de tudo para me expulsar do resort. Mas um dia a verdade virá ao de cima.
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