N ão é verdade que o português é muito tolerante com tubarões corruptos da política e depois agarra-se a tontices, dá-lhes dimensão, cria uma diversão para si mesmo e castiga uma miudeza? Fui tentar descobrir uma palavra que encarne a situação, vendo muitas, não consigo sair de hipocrisia.
Hipocrisia é a palavra que reúne tudo isto, a tolerância seletiva, a distração com trivialidades e a inversão moral. Estamos a viver uns tempos terríveis na inversão de valores, parece que vivo alguns filmes de ficção científica que tentam adivinhar o futuro.
Hipocrisia encaixou, mas cúmplice também serve, quando o eleitor permite e protege os grandes corruptos, o eleitor participa do sistema! Mas depois deixo de encontrar uma palavra e passa a duas, o moralista conveniente, aquele que aplica a moral quando convém, especialmente contra os fracos. Confesso que adoro esta, o indignado de ocasião, só se revolta quando é seguro ou fácil, ou indigna para não ficar mal e depois vota na corrupção. Falam muito em "carneiros", como seguidistas, eu acho que isto é um povo manada, quando a opinião coletiva é manipulável e segue as modas do escândalo. Há muito sonso no eleitorado, aquele cidadão de espuma, superficial, o que reage à espuma das ondas de verborreia de campanha e ignora as correntes profundas, de 4 anos de Governação, quando chega a 4 anos.
Já repararam que sou um desiludido das eleições, mas se acontece nos EUA porque não pode acontecer aqui? O povo ao encarneirar nos que possivelmente ganham acha que também é um vencedor? Que erro!
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