"Empresas de rent-a-car triplicaram em 2 anos"
C om duas faixas ainda fico calado, mas quando é uma faixa já não, é impraticável! Não deveriam ter dado tantas licenças às rent-a-cars! Ainda por cima instruem com ronha os clientes para circular sempre por fora nas rotundas. As rent-a-car são intoxicadoras da rede viária e alteram até as regras de trânsito. Quem muda de faixa dentro da rotunda perde, ou dá 50/50, mas cair em cima das rent-a-cars que põem turistas a circular sempre por fora não vejo atuar. Cuidado, as revoltas não nascem do nada,
Trabalhar numa ilha que vive quase exclusivamente para o turismo está-se a tornar numa tarefa hercúlea para os outros que trabalham noutras áreas e também andam na estrada. Quando praticamente todos os carros que circulam pelas estradas são de passeio, alugados, turísticos ou de visitantes ocasionais, o espaço para quem ali vive e trabalha começa a desaparecer, fisicamente e simbolicamente. Agora é que não respeitam cargas e descargas. A ilha transformou-se num cenário de férias permanente, onde os ritmos dos locais e as suas necessidades são engolidos pelo fluxo constante de turistas.
As vias entupidas com carros de aluguer mostram um desequilíbrio evidente entre mobilidade turística e funcionalidade urbana. Para quem precisa de se deslocar diariamente para trabalhar, fazer entregas, atender clientes ou prestar serviços essenciais, a ilha converteu-se num labirinto congestionado, onde o tempo se perde e a paciência se esgota. Já não há estradas alternativas, eles perdem-se e entalam tudo. E os carros em urgências?!
Não se trata de antagonizar o turismo, fonte vital da economia insular, mas de refletir sobre os limites da sua presença e a necessidade urgente de um planeamento que respeite o quotidiano dos residentes. Vejo a máfia no bom sentido a levar isto para a política. Parem de conspurcar toda a discussão, a situação é evidente! Nada se respeita ao madeirense, rede viária e as outras consequências do excesso de turismo: habitação, supermercados, saúde, ... só se ouve falar estrangeiro, há muita coisa que nos escondem, mas também há gato com o rabo de fora!
O excesso de viaturas, sobretudo nas zonas urbanas e acessos centrais, compromete a eficácia dos transportes públicos, dificulta o acesso a serviços e coloca em risco a qualidade de vida. As ilhas têm uma escala limitada, e quando essa escala é ignorada na Madeira, o espaço que devia ser partilhado torna-se excludente. Não se consegue trabalhar quando o sistema viário está saturado, quando os horários não são respeitados, quando o stress urbano de uma grande cidade é importado para um território naturalmente limitado.
É tempo de discutir políticas de mobilidade sustentáveis, de limitar o número de carros de aluguer em circulação e de repensar o modelo turístico vigente. Porque esta ilha não permite aos seus habitantes trabalhar com dignidade, não se consegue viver, é uma ilha que está a perder a sua alma.
Quero fazer um apontamento do ridículo, então uma jornalista de um canal de TV vai perguntar se há excesso de turismo a um hoteleiro que está a construir mais um hotel?! São sempre os mesmos interesseiros a querer impor a narrativa conveniente e, os jornalistas, são cúmplices. Parem de nos fazer de tontos.
E já agora, é preciso multar os turistas que alugam carros de rent-a-car para o proprietário da rent-a-car pagar, porque se sabem instruir a não cumprir com o código de estrada, alguma coisa deve-lhes chegar ao pêlo.
Que "casa", a ilha, estão a destruir aos NAPA?
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