F lagelo das altas continua e ninguém quer saber de nada nem nada resolver... uma vergonha, um flagelo do séc. XIX, espero que saiba em que século está... O contínuo abandono de pessoas dependentes nos hospitais centrais contínua de “vento em popa”, sem que ninguém tome iniciativa para conter semelhante flagelo. Isto diz muito, na prática, de como está a nossa sociedade, egoísta, irresponsável, esquiva, desumana ou sem condições... porque os meios que anunciam esbatem com a não elegibilidade de muitos para aceder. Ou seja, fica bonito anunciar nos jornais mas colocam-se obstáculos tais que mesmo os claramente necessitados conseguem aceder. Há burocracia manhosa, partidária e imbecil, depois vem a condição das pessoas que poderiam mitigar o problema.
Portugal é, neste momento, um país “fora-da-lei” quando nos hospitais públicos ninguém toma "partido" nem pela parte da pessoa abandonada, nem sequer exigindo responsabilidades a quem abandona, vai tudo de “ânimo leve”.
Todos sabemos o que reza a lei perante o abandono de pessoas, sobre as responsabilidades de quem assume à sua guarda, a quem podem ser imputadas ou sobre quem promove ou inclusive planeia o abandono.
A Região Autónoma da Madeira e o seu “governo superior”, também primam pela inercia, pelo laxismo do assobia para o lado e deixa andar, porque não se pode ferir o eleitorado laranja e as maiorias absolutas já escasseiam.
Como se admite e como se pode exigir, que se recuperem listas cirúrgicas se determinados serviços de internamento cirúrgicos têm 45% de ocupação de camas por altas problemáticas? As mesmas que promovem o estacionamento em corredores da urgência de doentes que aguardam por vaga, para serem devidamente tratados, cuidados e alguns operados.
Observo quem deixa os “seus familiares”, de forma leviana, em camas de hospitais centrais, que “lavam as mãos como pilatos” das suas responsabilidades de cuidar e tratar de um familiar, mas que não se esquece de gerir a sua reforma e de se apropriar do seu património.
O “Estado”, e aqui o “Governo Regional Autónomo”, com mais de 250 almas "penadas" a seu cargo e à sua responsabilidade, deveriam para cada caso ser aberto um processo pelo Ministério Publico, com as devidas 250 queixas apresentadas por abandono ao MP, pondo os seus serviços sociais a trabalhar a sério na contenção deste flagelo, que já se tornou corriqueiro e normalizado, e onde “deixar no hospital” é mais rápido institucionalizar o idoso. Nalgumas situações, de “se verem livres” de um problema que lhes ocupa a vida, e não estão para isso.
O Brasil criminalizou o abandono de idosos em hospitais, com penas até 5 anos de cadeia, julgo que a Madeira e Portugal deveriam fazer o mesmo, doa a quem doer.
Soube com factos e fiquei atordoado com a desumanidade quando numa visita ao hospital fui colecionando informação. Depois de obter a primeira ao acaso, comecei a vaguear e a perguntar, e não sou jornalista, o que não seria se essa gente "trabalhasse" em vez de publicar fotos de desfile de indumentárias...
Vi que num serviço de 35 camas, 14 são altas problemáticas... a cirurgia opera as pinguinhas e se não opera tudo bem... o ordenado é o mesmo. Mas também, do outro lado, deixam-se familiares num hospital com as desculpas mais esfarrapadas:
- "Não temos ninguém em casa que lhe dê o antibiótico"
- "Não sei mudar a fralda"
- "A minha vida profissional não me permite cuidar do meu pai/mãe em casa..
Mas depois fico a pensar, mas o apoio social está desacreditado porque obstaculiza o fornecimento de ajuda. Isto é deveras de "avançar relampada", NADA FUNCIONA! Antigamente, os médicos e diretores de serviço "imponham-se e confrontavam os familiares", atenção, nos anos 80/90 não existiam altas problemáticas!
Quando me vinha embora soube que a "nefrologia internamento", atualmente, tem 70% de 13 camas ocupas com altas que não se resolvem, depois passa-se nas urgências e as macas estão nos corredores...
Eu acredito que há gente muito capaz, mas a política é um carrasco do mérito.
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