O "Largo do Colégio".

Parque fechado do rali?

Deus perdoa a multa. Mandamentos sim, leis não.

E sse nobre espaço de comunhão... de latas amontoadas (link), buzinas desesperadas e manobras dignas de um campeonato de destruição automóvel. Um verdadeiro milagre urbano! E no centro deste santuário do caos, lá está ele: o nosso ilustre Padre Marcos, a quem Deus confiou não só almas... mas aparentemente também o monopólio sobre o estacionamento desordenado.

É comovente ver como a desorganização parece alimentar-lhe o espírito, e talvez o ego. Porque gerir aquela balbúrdia como se fosse um sinal divino de popularidade é, de facto, uma vocação superior. Não é todos os dias que um servo de Deus pode contemplar uma fila dupla de fiéis... com os quatro piscas ligados.

Mas pergunto-me, com toda a humildade cristã: não estará na altura de uma nova missão, Padre Marcos? Talvez uma diocese mais contemplativa, longe das tentações dos SUV e da vaidade do parque cheio? Um lugar onde se possa pregar a Palavra aos que andam a pé, sem a necessidade de cones ou apitos?

O Largo do Colégio tornou-se uma espécie de zona franca. Um parque temático da impunidade automobilística onde se celebra diariamente o milagre da anarquia sobre rodas.

É impressionante como o caos parece ser não só tolerado, mas quase encorajado, como se cada carro atravessado fosse mais uma oferenda ao altar do ego. Nada diz "liderança espiritual" como ver fiéis a guerrearem por um lugar onde largar o carro em cima do passeio, de preferência com vista privilegiada para a igreja.

E então surge a dúvida: será esta a verdadeira vocação, Padre Marcos? Talvez esteja mesmo na hora de mudar de pasto. Um recanto mais sereno, onde o rebanho se desloque a pé, em silêncio, e onde a maior preocupação logística seja encontrar espaço no confessionário... e não no paralelo.

Porque francamente, se o "estacionamento desordenado" tornou-se sinónimo de comunidade, então estamos mais perto de Sodoma do que de Jerusalém.

Fica o apelo. Em nome da ordem e da paciência.