A troco do Mediaram, todos os dias roda uma agenda de destaques dos grandes feitos do Governo. Uma propaganda a metro, onde o jornalista está amarrado curto, o assessor de imprensa diz como deve sair e a felicidade é eterna.
D esde que Miguel Albuquerque se tornou Presidente do Governo Regional (mais ou menos uma década) prometeu que 50% da energia produzida na Madeira iria ter por base fontes renováveis. A penúltima vez que se atreveu a repetir foi 2 de agosto de 2020, e dizia assim:
A lagoa é uma 'bateria' que vai utilizar duas fontes de energia: a hídrica e é recarregada através de energia eólica. É um projeto inovador até em termos da União Europeia. Vai dar um grande contributo para que dentro de um, dois anos, 50% da energia produzida na Madeira tenha por base fontes renováveis. É um passo decisivo na política ambiental na Região Autónoma da Madeira.
Os investimentos não mudam radicalmente a realidade da produção eléctrica, como se esperava, mas os milhões vão saindo.
A 10 de novembro de 2022 (link), o mesmo Miguel Albuquerque, ao anunciar o aumento da eletricidade em 3%, passou os 50% da energia produzida na Madeira por fontes renováveis para 2025. E hoje, desse tal ano de 2025, o Diário da Propaganda do PSD diz que estamos a 44%. Todos se esqueceram das promessas, das mentiras e do histórico: revisionismo.
Já com a barragem de 70 milhões no Pico da Urze pronta, supostamente uma solução de milhões infalível, o lógica deveria ser ... a lagoa enche, a água desce, as turbinas rodam, produz energia, a água é bombada com energia eólica de novo para cima para a barragem do Pico da Urze e renova o processo ... mas não é bem assim. Qual a consequência deste investimento maior na produção sustentável e ambientalmente aceitável? Chegamos a 50%, o preço da energia baixou?
Existe um estranho fenómeno, quanto mais se investe aos milhões, mais se arrastam os resultados.
É preciso dar uma comparação, a propaganda não o faz de propósito, no continente (aquele lugar do apagão que serviu para "cagar de saco na Madeira, esquecendo-se que não há energia de fora para remediar), o acumulado do primeiro semestre de 2025 (1 de janeiro a 30 de junho), foi de 79,3% de eletricidade gerada com origem renovável.
Nota: apesar da crítica ao jornalismo, quero agradecer ao DN por não apagar notícias, é que alguns no Governo apagam...
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