A estabilidade do esquema mafioso e o genocídio do madeirense.


O PSD está alegre com os níveis de desemprego na Madeira e, absolutamente ninguém, quer pensar que sejam os madeirenses a ir embora porque não dá para viver na sua terra. Você ouve madeirenses em maioria na rua? Se for honesto vai responder não. Estão a engolir os naturais, a língua, as tradições, usos e costumes. A ganância tornou as elites da Madeira inimigas internas e externas do seu povo.

A "estabilidade" promovida pelo PSD em campanha eleitoral das Regionais teve validação, criou a legitimação da corrupção, do acusado e imune-mor (Albuquerque), um sentimento de que o PSD poderá fazer tudo o que quiser porque vai vencer com a casa feita, a dos interesses, com um povo passivo. Assim, a "estabilidade" aumentou a corrupção na Madeira, é incrível o desprezo pela Justiça. O que sabem eles que nós não sabemos?

A situação política da Madeira vê o PSD a consolidar um sistema que normaliza práticas de favorecimento, clientelismo e, em alguns casos, de corrupção direta, às claras. Volto a dizer, as eleições ganhas, a passividade do madeirense, a lentidão e eficácia da Justiça e as autoridades consumidas pelo tudo controlado fazem o resto. Não há organismo fiscalizador, instituição, autoridade, clube, associações. IPSSs, etc, que não tenha um PSD a controlar.

A “Estabilidade” é um eufemismo de manutenção do poder

O termo "estabilidade" é um valor central que ativa o chip dos dependentes a votar. Não representa a paz social ou a boa governação, mas a perpetuação de um sistema de poder altamente centralizado, opaco e frequentemente associado a redes de interesses. O Governo Regional já se dá ao luxo de não falar com todos os madeirenses ou seus representantes com a arrogância de que sairá a ganhar. O PSD só governa para as elites.

A "estabilidade" é um escudo retórico, que evita discutir as consequências reais da governação. O povo vota cegou ou com interesses que acabam só na manutenção daquilo que muitas vezes criticam. A "estabilidade" não muda de vida, é ua desculpa para rejeitar mudanças estruturais: reformas administrativas ou mais fiscalização. A abertura à oposição é vistos como riscos à tal “estabilidade”.

A manutenção no poder de figuras envolvidas em escândalos, como Miguel Albuquerque, que tem enfrentado acusações sérias, transmite uma mensagem perigosa, que a corrupção não tem custos políticos reais. Mas também que o eleitorado, ao continuar a votar nos mesmos, valida tacitamente essas práticas, ou está resignado, por falta de alternativas eficazes ou receio de instabilidade. Isto cria uma cultura de impunidade e com ela:

  • O poder é percebido como inalterável;
  • Os interesses instalados permanecem intactos;
  • A população assume uma posição passiva, convencida de que nada mudará.

O PSD Madeira governa a região há mais de quatro décadas, a curto passo de 5. Este controlo prolongado criou uma teia de relações entre o poder político, os negócios locais e até instituições culturais e mediáticas. Os interesses estão tão enraizados que parecem imunes à mudança democrática. No topo está a comunicação social a difundir a narrativa, com uma redação de velhas raposas e mancebos mal instruídos.

Não se estranha que esta conjuntura produza:

  • Empresas próximas do poder ganham concursos públicos com total frequência.
  • Cargos públicos e nomeações muitas vezes seguem critérios políticos e não técnicos.
  • A oposição é sistematicamente enfraquecida ou descredibilizada.
  • A “casa feita” não é só uma metáfora, é uma estrutura funcional que beneficia quem está dentro e exclui os que estão fora.

A passividade popular: medo, resignação ou dependência?

A população madeirense, embora muitas vezes crítica em conversas privadas, demonstra nas urnas uma tendência de continuidade. São falsos? Isso pode ter várias explicações:

  • Medo de retaliações (em comunidades pequenas, o voto tem consequências sociais ou profissionais).
  • Dependência económica de estruturas controladas pelo poder (emprego público, subsídios, apoios sociais).
  • Falta de confiança nas alternativas políticas, que muitas vezes se apresentam divididas ou pouco credíveis.
  • Mais corrupção na Madeira gera mais controlo sobre os não "homologados".

Existe um ambiente  propício à corrupção devido a nenor fiscalização externa (a distância do continente enfraquece o escrutínio... falta de comunicação social séria), mas também pouca alternância democrática (governos longos geram redes de interesses), instituições frágeis ou capturadas (sobretudo ao nível local e regional).

Casos como o da Operação Zarco, as investigações ao Grupo AFA e as denúncias de contratos públicos dirigidos são apenas a ponta do iceberg. Há fortes indícios de que a corrupção na Madeira não é um desvio, mas uma característica sistémica do modo como o poder é exercido.

Temos uma democracia fachada com pouco conteúdo. A continuidade eleitoral do PSD na Madeira, mesmo sob suspeitas sérias de corrupção, sugere uma democracia onde a escolha é limitada e a mudança parece impossível. Quando a corrupção se torna parte do funcionamento normal do poder, a legitimidade democrática começa a corroer-se.

Mais do que um problema jurídico, trata-se de uma crise ética e cultural, que só poderá ser superada com:

  • Mais transparência institucional;
  • Uma sociedade civil mais ativa e informada;
  • Alternativas políticas credíveis e corajosas.

Parabéns Madeira Opina pela vossa função na nossa sociedade, marginalizado por muitos, perseguido por jornalistas e funcionários públicos para o efeito, bloqueio do seu sinal nas redes públicas e até ostracizado pelos que estão contra este poder, mas que preferem alimentar o ego e manter o PSD do que criar uma onda transformadora.

Enviar um comentário

0 Comentários