A memória de peixe de Jaime da Ponta Delgada


Neste texto vamos procurar descobrir as diferenças entre duas fotografias. São imagens das publicações do candidato a presidente da Junta de Ponta Delgada pelo PSD, Jaime Gomes.

C onvém recordar: este é o mesmo Jaime que vimos em vídeo, no Madeira Opina/Correio da Madeira, a discutir acaloradamente com José António Garcês e Miguel Freitas. Depois de muito resistir — resistir com grande empenho, como convém a um homem de convicções flexíveis — acabou por aceitar ser candidato. Não porque o desejasse, não porque o tivesse escolhido, mas porque o convite veio, não do candidato-fantoche, mas sim do padrinho e atual presidente da Câmara.

E é nas suas próprias publicações que encontramos a explicação para tamanha maleabilidade. Há pouco mais de dois meses, Jaime insurgiu-se indignado contra António Gonçalves e contra as suas movimentações subterrâneas para dinamitar a candidatura de Fernando Góis e do PSD. Palavras duras, críticas afiadas, uma indignação de fazer corar qualquer opositor.

Mas eis que, como num passe de mágica, quando o candidato formal passou a ser precisamente o tal António Gonçalves… Jaime Gomes transformou-se. De indignado passou a entusiasta. De crítico passou a apoiante fervoroso. De opositor passou a discípulo.

É o que se chama ter espinha dorsal de uma lagartixa e uma verticalidade política tão sólida quanto uma palmeira ao vento. Dobram-se, contorcem-se, inclinam-se para onde sopra a brisa do poder.

Ao fim de contas, Jaime Gomes está na candidatura certa: uma candidatura tem uma memória de Dory, a peixinha amiga do Nemo, e um vontade de serviço público igual aos Piratas das Caraíbas.

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