A violência continua a crescer no Funchal, está irreconhecível, mas contrariamente à percepção, os dados oficiais mostram uma diminuição da criminalidade, dizem que, a criminalidade geral no Funchal caiu cerca de 4,8%, e os crimes violentos e graves também diminuíram 4,5%, enquanto a média nacional subiu cerca de 2%. Eu já não sei no que acredito, atendendo às estatísticas que temos, ao jornalismo e às narrativas de negação.
A violência doméstica dizem que também reduziu, ainda mais significativamente, uma descida de 16,6% no Funchal, em comparação com apenas 0,8% a nível nacional. Que momento para dizer isto, certo, falo do Funchal e não de Machico.
Na Madeira foram registados 6,8 mil crimes em 2022 (22,4% mais do que no ano anterior), sendo que o Funchal concentrou 52,9% desse total. No entanto, a taxa de criminalidade regional ainda se situa abaixo da média nacional.
Contudo, não estamos a ver mal, as notícias são de roubos, rixas e agressões noturnas. As agressões com arma branca e rixas diárias têm sido mencionadas com frequência nos últimos meses, especialmente em episódios envolvendo facas, resultado de atritos ou assaltos. Será que isto vai contar na próxima estatística? Será que vamos ter que fazer uma estatística só para a Rua das Fontes para não diluir? Eu imagino que estes números devem ser escondidos por causa da galinha, a dos ovos de ouro: turismo. O problema é que também se ouve sobre violência contra turistas ou entre turistas.
Há uma cena com piada, os empresários locais chegaram a solicitar policiamento reforçado, inclusive pagando policiamento gratificado para tentar conter a violência, sobretudo os da noite, mas por cada hora que fecham mais cedo há menos violência na cidade.
O que eu sei é que as zaragatas na noite mais depressa são filmadas e postas nas redes sociais, o que evidencia descontrolo e distúrbio público, do que saem nas estatísticas.
Quero copiar dos comentários:
“Sinto que na Madeira há um enorme crescimento no sentido de impunidade… o povo ficou agressivo, seja na estrada, seja no bairro…”
“Concordo plenamente… depois da pandemia, as pessoas ficaram mais ásperas, mais stressadas e rudes.”
Mas também quero acrescentar o pormenor da droga. A presença crescente de drogas sintéticas, particularmente na forma de “bloom”, que trouxe insegurança e roubos em zonas residenciais e centrais do Funchal, o bloom trouxe os consumidores que, de noite ou de dia, andam abaixo e acima e deitam mão a tudo o que lhes possa render uns euros para comprar a dose.
Amigos, estamos tontos ou as estatísticas não registam? Porque temos a perceção de violência? Será que as estatísticas não dizem mas as câmaras falam? A Câmara Municipal do Funchal já investiu em câmaras de videovigilância, regulou horários noturnos e intensificou ações de prevenção comunitária, sobretudo com foco jovem. Pergunto, se as estatísticas são boas porque atuaram? Afinal não sou só eu e outras pessoas a pensar que não bate bota com perdigota.
Ando sempre com a sensação que em tudo nos mentem e escondem a verdade.
P.S.: um jovem de 14 anos confessou provocar incêndios florestais, no continente (Fafe), por causa das notas escolares e falta de amigos. Que gerações estamos a formar?