Comemoração do dia da cidade com o edifício do Canto do Muro.

Bom dia a todos, para a plataforma em especial quero informar o seguinte, passo a republicar o texto de Quinta-feira, 8 de Junho de 2023 (link), com algumas adendas iniciais. É dia da cidade e quero comemorar ... relembrando! O Madeira Opina é o único meio onde o cidadão pode falar, e já vou dizer porquê.

É claro que quando o Governo, a Autarquia e o Jornalismo têm amigos nas suas decisões, em vez de serem parte arbitral não interessada ou gestora de interesses, acaba deixando de ser equidistante, plural e a tratar por igual todos. A situação do edifício do Canto do Muro não é mais do que a transferência de uma má construção de uma empresa que consegue passar a responsabilidade à CMF, por aquelas amizades políticas sobejamente conhecidas. Ninguém fala do construtor. Os moradores não têm culpa, tal como tantos, que depois de algum tempo percebem a má construção do seu prédio porque vão aparecendo as maleitas nos edifícios, a rachar, a cederem para se adaptar ao terreno, as obsolescências dos maus materiais, à estrutura ou até arquitectura, sem nunca esquecer a ganância que tira lucro "poupando" nos materiais.

Quero dizer que os habitantes do edifício do Canto do Muro, apesar de "possuídos" e com razão, ainda não contaram tudo e que não havendo solução, a história das promiscuidades que vão entalando a gestão da câmara vão aparecer. A CMF tende a dar solução sendo ela a assumir, porque não tem outro remédio que não um novo vexame público dos galácticos, outros mas do mesmo partido, que não sabem gerir sem se promiscuir.

Passo a publicar um vídeo e depois do asterisco a repetição do texto:

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amentavelmente temos um jornalismo rasca na Madeira, um jornalismo que não quer pensar ou tirar a limpo, só colhe imagens e recolhe depoimentos, não arrisca porque talvez todos têm o sonho de ser assessores. Quem está a enterrar o jornalismo não são as redes sociais mas sim os jornalistas, não é preciso explicar a sua falta de crédito nesta praça. O que há de errado nas redes sociais e blogues é que fazem o trabalho que os jornalistas não fazem porque têm medo, porque estão domesticados, porque os donos dos órgãos são empreiteiros e porque precisam de levar comer para casa.

Querem ver porque digo isto?

Aquele prédio que foi desalojado no Canto do Muro foi comprado por Miguel Albuquerque em 2002 (link) a um privado. Um negócio de 3,6 milhões de euros, onde a câmara comprou feito em vez de construir de raiz e consentâneo com os imperativos de cariz social. Foi um negócio para safar o promotor do prédio que construiu um edifício de má qualidade e com deficiências estruturais graves. Quando comprou já havia indícios. É tanto verdade que dos 3 blocos, um foi reparado em 2012, 10 anos depois. Os outros dois estavam para ser reparados em 2019 mas o dono da N******, que foi simultaneamente o promotor do prédio e tem um espaço comercial no rés do chão, recusou-se a sair.

Foi mais uma vez a transferência de um problema privado para o público, como sempre, lucro para o privado e despesa para o público. A par disso, a câmara também teve culpa por autorizar a construção naquele lugar que agora todos sabem não ser indicado para a construção. Eu imagino a qualidade de algumas autorizações.

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  • Localização | Sítio do Farrobo de Cima
  • Freguesia | Santa Maria Maior
  • Mês e Ano de Conclusão | 30-08-2002
  • Protocolo | 555
  • Modalidade de Construção/Aquisição | Mercado
  • Tipo de Habitação | Coletiva
  • N.º de Fogos | 48
  • Tipologias | 24 T2 e 24 T3
  • Atelier | Teresa Ferraz
  • Arquiteta/Projetista | Teresa Ferraz
  • Empresa Construtora | Américo Gonçalves
  • Empresa Promotora | A.G. Trading Limited
  • Contrato Promessa CP/VD | 23-11-2001
  • Valor da Aquisição | 3.604.991,97 euros
  • Empréstimo INH | 1.442.018,40 euros
  • Comparticipação IHM | 720.955,20 euros
  • Área Bruta de Construção | 3.685 m2

É importante neste momento avisar as pessoas, apesar de lhes estar vedada a compra de casa aos valores que vemos, para terem em atenção que estamos num novo momento de desvario construtivo no Funchal, fruto da libertinagem legal chamada Pedro Calado, que tudo facilita, pausa PDMs e que vai provocar novas situações iguais às do Canto do Muro. Com certeza você já passou nalguns lugares e observou com um "aqui?". Muitos de nós sabemos que há aldrabões no mercado da construção, que depois desaparecem e que deixam os proprietários das habitações a braços com imensos problemas de construção onde ninguém assume garantias, as empresas dão falência para abrir outras e demais artifícios para se afastar das responsabilidades. As pessoas ficam com as prestações da casa e as obras por fazer, se é que elas resolvem, porque nas estruturais é impossível fazer milagres.

Era bom que as pessoas descessem à terra e acordassem. O ambiente tolda-lhes a mente e precisamos de gente lúcida e não de likes ignorantes.

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