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A inflação que não conta, de menos produto e mais embalagens (ambiente) |
01/08/2025, 09:36:30
O glorioso Rali da Madeira 2025! Mais uma vez, a ilha pára, não por emoção, mas por frustração. É aquela altura mágica do ano em que se prova que o desporto automóvel é, de facto, mais importante do que a vida quotidiana dos comuns mortais madeirenses que, imagine-se, precisam de trabalhar, ou simplesmente estacionar para ir trabalhar. Desta vez, a organização superou-se: não só conseguiram bloquear o trânsito no Funchal como se fosse um tabuleiro de xadrez mal jogado, como também encerraram parques de estacionamento públicos com os carros dos residentes ainda lá dentro. Uma jogada de mestre! Afinal, o que é um carro preso no parque durante três dias comparado com o privilégio de ver um Subaru a passar a 120 km/h durante dois segundos? E o melhor? Os organizadores pediram (leia-se: ordenaram) aos pilotos para dizerem maravilhas sobre a organização do evento. Enquanto isso, cá em baixo, no mundo real, reina a desorganização: falta de informação, acessos caóticos e uma população farta de ver os seus interesses atropelados, literalmente, por uma prova privada que só entusiasma meia dúzia de fanáticos. Que vergonha directoras da prova. Um vergonha autentica!
01/08/2025, 09:40:45
Coincidências, essas pérolas da vida pública madeirense! Quem diria que o diretor da tão prestigiada Cortel cooperativa, João Lucas, partilha o apelido com o coordenador dos alojamentos locais da ACIF? Lucas aqui, Lucas ali… Será pai? Será avô? Será apenas um caso raro de sobrenome muito comum em cargos muito convenientes? Mistérios insondáveis da nossa pequena ilha. O que não é mistério nenhum é o discurso do próprio João Lucas. Se nos dermos ao trabalho de o ouvir, ou tentar, já que a clareza não é o seu forte, encontramos não só frases ocas, mas buracos maiores do que os da rede viária madeirense. Um emaranhado de palavras redondas, cuidadosamente alinhadas para não dizer coisa nenhuma, como quem tenta esconder um cheiro estranho com ambientador barato. Mas o nariz do povo não se engana: aquilo cheira a esturro. Curiosamente, entre as muitas palavras ditas, o que salta mesmo à vista são as que não foram ditas. As ausências falam alto, e o silêncio sobre a relação familiar com figuras de influência na ACIF é ensurdecedor. Mas claro, numa terra onde as cadeiras se passam de mão em mão como garrafas num jantar de domingo, tudo isto é só... mais um “acaso”. É reconfortante saber que, numa ilha tão pequena, há espaço para tantos Lucas em cargos de decisão. Afinal, o mérito é hereditário, não é?
01/08/2025, 10:38:49
Porto Santo vs. Comporta: sol, areia e... duas leis diferentes? Enquanto na Comporta se bate o martelo: os promotores turísticos que detêm terrenos junto às praias são obrigados a garantir o uso público das zonas costeiras e todas as infraestruturas de acesso, estradas, estacionamentos, trilhos e até as placas a dizer “praia é de todos”, no Porto Santo parece que a areia é só para alguns. Ora vejamos. Na Comporta, os mega-empreendimentos de luxo têm de se alinhar com o básico: permitir que os comuns mortais também possam estender a toalha. Já no Porto Santo, aquele pedaço de paraíso perdido no Atlântico, parece que a maré legal não chegou. Será que Porto Santo não é Portugal? Ou alguém se esqueceu de incluir a ilha nas notas de rodapé da Constituição? Porque se a lei se aplica em território nacional… bem, digamos que Porto Santo continua a parecer um pequeno país à parte, onde o acesso à praia, por vezes, é mais exclusivo que camarote em festival. Estradas fechadas, acessos “privatizados” de forma criativa, e aquele velho clássico: promotores que tratam a frente-mar como o quintal de verão deles. Mas então, quem fiscaliza isto? A Câmara Municipal do Porto Santo? Ou é tipo o Pai Natal: a gente acredita, mas nunca vê? Porque até agora, a atuação tem sido mais de espectador de deck chair do que de entidade fiscalizadora. E se a lei é clara, uso público, infraestruturas garantidas, nada de barreiras, por que razão parece que, no Porto Santo, a areia vem com pedágio? Enfim… Enquanto na Comporta se grita “a praia é de todos!”, no Porto Santo parece que alguém sussurra “mas só se fores convidado”.
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