A mentalidade do madeirense ainda é retrógrada, há dias falei com alguém na casa dos 50's, e ele disse-me assim:
"A culpa da situação atual é dos nossos pais.", prosseguiu, "o meu falecido pai dizia que para quê mudar, ao menos não passamos fome, eu cá voto PSD!", adicionou ainda, "ele tinha passado fome e grandes dificuldades, veio a revolução, e o PSD como ganhou o governo, ficou na cabeça dele como a salvação de algo que era muito mau e duro, até hoje, as pessoas e os seus filhos continuam com esse pensamento lá no fundo, como se alguma vez voltássemos a passar fome se mudasse de partido!".
Eu, jovem, fiquei boquiaberto com esta constatação, o madeirense é de facto refém da sua própria história, e o partido no poder sabe-o bem e explora-o como ninguém, não havendo até ao momento uma oposição que saiba desconstruir o momento em que nos encontramos de facto, com base nas crenças antigas e altamente enraizadas. Num discurso do MA ouviu-o dizer: "para quê mudar, para pior, para alguém que nunca fez nada, vejam o caso do Marítimo, foi mudar de presidente e olha como está", achei isto política do mais fraco e básico que existe, mas a verdade é que neste concelho em que isto foi dito, funciona, as mentalidades tocam-se com este tipo de discurso.
Por isso somos explorados e mandados, por meia dúzia de ricos, e outros tantos aspirantes e sanguessugas do poder.
Não vem ninguém nos salvar, só o povo pode-se salvar a si mesmo. Mas os jovens querem é noite, redes sociais e sol, não vão votar, os velhos votam com o medo de passar fome, votam no mesmo. Isto só vai continuar a piorar, e o rico cada vez mais rico e o pobre cada vez mais pobre.
A Madeira unida jamais será vencida.
