O "rol" do Eduardinho



Exmo. Sr. Secretário Regional, Eduardo Jesus

P ermita-me uma pergunta direta, quase como quem fala num café, mas com a solenidade que a situação exige: sabe qual é o entendimento jurídico da população madeirense sobre si? A resposta é curta, simples e de uma clareza cristalina: rua.

Rua, porque a sua atuação política deixou de ser uma questão de mérito e passou a ser um exercício de tolerância da parte dos cidadãos. Rua, porque a insubordinação e a falta de respeito demonstradas na Assembleia Regional não são dignas de quem deve representar o povo com decoro. Rua, porque o turismo na Madeira, em vez de estar organizado e planeado, encontra-se descontrolado, caótico e à deriva.

Rua, ainda, porque os acidentes rodoviários ligados ao setor turístico se multiplicam sem resposta à altura. Rua, porque as empresas de rent-a-car proliferam sem fiscalização, transformando estradas em parques improvisados e turistas em estatísticas de sinistros. Rua, porque a nossa principal indústria — a imagem da Região perante o mundo — foi tratada com improvisação e leviandade.

E, claro, rua, porque em Diário da República ficou registada a cereja no topo da sua governação: um contrato com um valor 65 vezes superior ao estipulado. Não se trata de um erro de cálculo, mas de um monumento à falta de rigor e responsabilidade.

Mas há mais: rua, porque é também sob a sua tutela que se assiste ao verdadeiro descalabro do subsídio de mobilidade. Os madeirenses são obrigados a adiantar 500 ou 600 euros para viajar até Lisboa ou Porto, e só depois, após meses de espera e uma via-sacra de burocracias inimagináveis, podem sonhar com o reembolso. Uma medida que deveria aproximar os cidadãos do continente tornou-se, pela sua ineficácia, num exercício de humilhação coletiva.

Dito isto, a “sentença popular” não necessita de pareceres técnicos nem de advogados de renome. É curta, inequívoca e juridicamente irrebatível: rua.

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