Olá a todos.
D evo ter contribuído para o descalabro financeiro da SIC, não vejo, porque descaradamente colou-se ao PSD para se salvar com alguns negócios. Para além disso, tem um grupo de jornalistas fundamentalistas e sem qualidade que me irritam, aquele Fernão é um, o Ferreira é outro. A comunicação social vai se agarrando a tábuas de salvação e espatifam a credibilidade.
Agora temos outra novidade, a SIC vai passar de PSD para a Extrema Direita? Descabido? Vamos falar disso, tem piada quando foi a SIC a fazer uma série e programas contra o Chega. Bons programas! Mas agora, aflita, vai se entregar à MFE da família Berlusconi.
Sílvio Berlusconi ainda é tema de debate por viabilizar a extrema-direita. O consenso geral, e a classificação mais formal, é que ele era um líder da centro-direita e do populismo de direita. No entanto, a sua trajetória política e o seu legado têm laços fortes e significativos com a extrema-direita italiana.
O partido fundado por Berlusconi, o Forza Italia (FI), é oficialmente um partido de centro-direita com ideais liberais-conservadores e neoliberais. A agenda de Berlusconi focava-se tipicamente na redução de impostos, na desburocratização, na defesa do livre mercado e nos valores conservadores da família e da pátria, que são pilares tradicionais da centro-direita. A sua verdadeira inovação foi o seu estilo. Berlusconi foi um dos pioneiros do populismo moderno na Europa, utilizando o seu império mediático (Mediaset) e a sua imagem de empresário "self-made man" para se apresentar como um homem do povo, contra a "velha classe política" e o establishment. (atenção a este pormenor, sintoma de extrema-direita)
Apesar do seu partido não ser considerado de extrema-direita, o "berlusconismo" foi fundamental para a ascensão e a legitimação das forças radicais na Itália, por dois motivos principais:
A Coligação (o aglutinador da direita)
Desde que entrou na política em 1994, Berlusconi aglutinou todas as facções da direita italiana, incluindo a Liga Norte (agora Liga), um partido inicialmente autonomista e regionalista, mas que evoluiu para um discurso de extrema-direita, anti-imigração sob a liderança de Matteo Salvini. A Aliança Nacional (sucessora do Movimento Social Italiano), um partido que tinha as suas raízes no neofascismo.
Berlusconi funcionou como o líder unificador que permitiu a estes partidos de extrema-direita chegarem ao poder e obterem aceitação mainstream, dando-lhes legitimidade governativa em diversos mandatos.
O Legado Pós-Berlusconi
A sua maior influência na extrema-direita manifestou-se na sua relação com a atual Primeira-Ministra, Giorgia Meloni. Meloni, líder do partido Fratelli d'Italia (Irmãos de Itália), que é amplamente classificado como de extrema-direita ou pós-fascista, foi uma ex-ministra nos governos de Berlusconi. A última coligação que Berlusconi ajudou a formar, antes da sua morte, foi precisamente a que levou Meloni ao poder, garantindo a ascensão da líder mais à direita desde Benito Mussolini.
Silvio Berlusconi era, ideologicamente e formalmente, um político da centro-direita populista. No entanto, o seu papel histórico foi o de abrir a porta, financiar e legitimar a extrema-direita italiana, que se tornou um pilar indispensável das suas coligações.
Em termos de estilo político, Berlusconi também é visto como o precursor da onda global de líderes populistas e anti-establishment (como Donald Trump e Jair Bolsonaro), que utilizam uma comunicação direta, polémica e mediática.
Berlusconi, embora não fosse um líder de extrema-direita, foi o principal responsável por levar a extrema-direita italiana ao centro do poder. Digam-me do que precisa o Chega? Qualquer dia temos uma "FOX".