Eduardo Jesus, o "Ecocida".


A Marta Sofia publicou uma imagem que ainda não tinha visto do Fanal, das inúmeras que atentam contra ela. A imagem de alguém a "escalar" ou a interagir de forma pouco prudente com uma árvore antiga, num ambiente tão singular como o do Fanal, espelha bem a despreocupação que por vezes o turismo de massas e a busca por experiências "instagramáveis" podem gerar, em detrimento da preservação. Miguel Albuquerque se for inteligente começa a ganhar pontos se fizer limpezas como aquela que vez na educação, agora no Turismo, toda aquela gente deve ir para a rua, não se tocam, não agem, não ligam, só estão para elogios e propaganda. A Madeira está a ser destruída pela insustentabilidade.

A Madeira vive um O "ecocídio" silencioso com o turismo desenfreado e a intocabilidade política. Ninguém quer saber da natureza centenária ou do santuário de biodiversidade, gerada por um modelo de turismo que, sob a égide do governo regional e, em particular, da pasta de Eduardo Jesus, parece mais focado no crescimento quantitativo do que na preservação qualitativa. O termo "ecocida" pode parecer forte, mas a erosão gradual dos ecossistemas, impulsionada por políticas que parecem ignorar os limites da capacidade de carga da ilha, sugere um processo de destruição silenciosa e sistemática.

Eduardo Jesus errou, mas não dá a mão a torcer, por isso merecidamente, pela sua teimosia é um "ecocida"! Não precisamos de governantes que se acham a última Coca-Cola do deserto.

O Fanal, a Laurissilva milenar, classificadas como Património Mundial da UNESCO, é um exemplo gritante desta degradação. As árvores retorcidas e musgosas, que parecem saídas de um conto de fadas, atraem milhares de visitantes diários. No entanto, a falta de regulação, a ausência de fiscalização eficaz e a proliferação de comportamentos irresponsáveis – como pisar a vegetação delicada fora dos trilhos (se é que existem), subir às árvores para tirar fotografias "perfeitas" (tal como a imagem sugere), ou a produção de lixo, estão a transformar este santuário natural num parque temático desgastado.

A ironia reside no facto de que, enquanto a natureza se mostra cada vez mais vulnerável e "tocável" pelas hordas de turistas, a figura de Eduardo Jesus e a política que representa parecem mais intocáveis do que a própria Laurissilva. Se os jornalistas tivessem um pingo de vergonha não lhe davam a guarida diária para a propaganda de expediente. O que é notícia é a degradação dos ecossistemas. Depois vamos vender o quê? Campos de Golfe?

As críticas da sociedade civil, dos ambientalistas e até de alguns operadores turísticos conscientes são frequentemente ignoradas ou desvalorizadas. A narrativa oficial insiste no sucesso do turismo, medido em números de visitantes e receitas, sem uma reflexão profunda sobre os custos ambientais e sociais.

O turismo desenfreado, impulsionado por uma promoção agressiva e uma expansão descontrolada de infraestruturas, ameaça a própria identidade da Madeira. Confesso que quando vi 76 dias de greve do operador de handling senti-me satisfeito, tudo o que balance este Turismo Massificado é bem vindo. 

É urgente que a Madeira repense o seu modelo de desenvolvimento, está errado! A preservação do Fanal e de outros tesouros naturais não pode ser submetida aos imperativos económicos de curto prazo. Como a "estrada das Ginjas" (já vai sendo designada por estrada!). A "intocabilidade" política não pode continuar a sobrepor-se à vulnerabilidade da natureza. Se o "ecocídio" silencioso não for travado, a ilha perderá a sua alma verde, as suas referências únicas, e o futuro reservará apenas a memória de um paraíso que o ser humano, por ganância e miopia política, permitiu que fosse destruído.

Eduardo Jesus é um ecocida! Sem dúvida. Demasiado orgulhoso para corrigir, por isso Albuquerque, põe-no a andar!