N o dia 3 de setembro, ao fim do dia, a Praia Formosa foi palco de fogo de artifício lançado do nada, sem aviso, sem anúncio e, muito provavelmente, sem qualquer autorização legal. Um espetáculo surpresa para uns poucos, mas uma falta de respeito gritante para todos os que vivem na zona.
Enquanto três veleiros assistiam provavelmente, tudo combinado e acertado para estar ali aquela hora, os residentes foram obrigados a suportar o barulho ensurdecedor. Porque, aparentemente, o direito ao descanso e à tranquilidade não tem valor na Madeira. Aqui, a regra parece ser simples: quem tem poder ou dinheiro lança fogo de artifício quando lhe apetece, e quem mora ali que se cale.
E a legalidade? Em Portugal, é preciso pedir autorização à Câmara, obter parecer dos bombeiros, licença da polícia e cumprir prazos. Mas na Madeira, parece que basta acender o rastilho. É o retrato de uma terra onde a lei é para uns e a impunidade para outros.
Não se trata apenas de barulho: trata-se de segurança, de respeito e de dignidade. Não é admissível que se continue a tratar os residentes como figurantes descartáveis em espetáculos privados. Exijo explicações públicas: houve ou não houve autorização? Quem assumiu a responsabilidade? Ou será que, mais uma vez, vai ficar tudo em lume brando, como se nada tivesse acontecido?
Basta de impunidade mascarada de festa. A Madeira não pode continuar a ser uma ilha onde se brinca com a lei e com o bem-estar das pessoas.
Uma vergonha e falta de respeito pelo cidadão.
Nota do MO: lembrem-se dos registos fotográficos.
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