O DN/Madeira deve arrepiar caminho

S em saber, o Diário de Notícias da Madeira agoniza. O seu estertor só uma razão explica. Deixou de estar ao serviço das causas dos porto-santenses e madeirenses, para servir os que nos agrilhoam. Antes, no tempo do Blandy, o DN-Madeira publicava reportagens interessantes sobre a Saúde, o Ambiente e a Cultura. Agora as notícias sobre estas e outras matérias deixaram de ser publicadas ou são tratadas com as pinças do jornalismo enfeudado.

Em todas as edições, o DN-M traz notícias, forjadas nos gabinetes de comunicação, sobre o Turismo, o Ambiente, a Cultura e a Agricultura. É uma rivalidade sobre quem tem mais fotos: o Eduardo Jesus ou o Maciel? Uma menorização do leitor, antecipadamente é o que é.

Essa disputa saloia desmotiva o leitor. De verdade, o leitor do DN-M quer conhecer a podridão desta autonomia, mas nada sai em detrimento do Miguel Albuquerque.

Mas se a direção do DN-M não entende isto e prefere os sermões dominicais do Padre Oliveira, então é tempo de não continuar a assinar o DN-Madeira.

Um periódico numa sociedade minúscula e tendencialmente colada ao poder, somente poderá sobreviver se for independente, um chavão que o DN-Madeira usa no cabeçalho, mas que não lhe liga e recusa liminarmente.

O DN-Madeira vive dos louros do passado. Mas cada vez mais os leitores se apercebem do que este periódico se tornou. Serviçal ao poder, adversário das redes sociais, como se de o Acordo Ortográfico se tratasse, o periódico secular esmorece e apodrece no pântano das cedências regionais, ao gosto do Poder.

Quem não entendeu a opinião livre das redes sociais, dificilmente levará por diante um projeto jornalístico nesta terra.

Para sobreviver, o DN-M tem de voltar ao estatuto de independente, sem laços aos grandes empresários que controlam a política desta Região.

Atacar as redes sociais não é, de todo o melhor caminho.

O DN-Madeira tem um logo caminho a percorrer, em favor da liberdade da democracia. Como está, é um “diário de vendidos”.