N uma terra de superlativos forjados, resultados martelados e elogios por encomenda, arrancar um elogio no Madeira Opina é muito mais do que os prémios do Turismo recebidos por Eduardo Jesus. É encorajador ver que o novo delegado regional do IPMA na Madeira chega com vontade clara de transformar a meteorologia numa ferramenta mais rigorosa e útil para todos. Durante demasiado tempo, as previsões serviram de motivo de chalaça entre os madeirenses, pela frequência dos seus desacertos. Sou dos que vive no medo de desvalorizar as previsões e ter uma surpresa negativa. Agora, com a renovação quase total das estações e a introdução de novos equipamentos de monitorização, abre-se uma perspetiva diferente: a de termos informação mais precisa, atualizada e capaz de apoiar de forma eficaz a Proteção Civil e a população em geral. Meus amigos, um passeio pela serra, deitar uma laje numa casa, viajar e prever um voo para a Madeira, etc, contam entre as infindáveis razões para precisarmos de boas previsões "meteo".
É um passo importante para a segurança, mas também para a credibilidade do serviço público. Desejo que este novo ciclo do IPMA na Madeira seja marcado pela competência técnica, pela proximidade às necessidades locais e pela confiança dos cidadãos. Que seja um trabalho frutífero, com bons resultados e previsões que, em vez de motivo de gozo, passem a ser sinal de confiança e respeito.
O novo delegado regional do IPMA na Madeira, Ricardo Tavares, fala sobre os desafios desde que assumiu funções em julho. Diz que a primeira época de incêndios foi uma fase crítica, mas com boa cooperação com a Proteção Civil. Refere que os avisos meteorológicos estão desatualizados e estão a ser revistos para melhorar a clareza, probabilidades e impactos previstos.
Destaca que a Madeira precisa de um sistema de monitorização mais robusto, dada a orografia difícil, e que vai haver uma substituição quase total das estações meteorológicas e reforço de equipamentos, através de concurso público. Quer também melhorar a previsão em tempo real com dados locais, sensores e modelos mais afinados. Boa, também acho que os modelos não vivem nesta época, mas se me permitem, precisamos de um radar que funcione melhor para as previsões no sul da Madeira, melhor e mais fiável do que o do Porto Santo. O sul concentra a larga maioria dos habitantes, apesar do clima mais ameno.
Registo que Ricardo Tavares sublinha que a meteorologia regional deve ser pensada em proximidade com a Proteção Civil e que os avisos vão passar a ter mais detalhe, com critérios técnicos e operacionais mais claros.
Sobre objetivos estratégicos, quer criar na Madeira um centro de referência nacional em monitorização e previsão, aproveitando a posição geográfica única do arquipélago. mas o mais importante é a prioridade de reforçar os meios técnicos, modernizar estações, melhorar a comunicação dos avisos e ganhar credibilidade junto da população e das autoridades.
Esta foi a melhor leitura do Diário de Notícias hoje que volta à carga com 3 páginas de Eduardo Jesus, sempre à direita para o destaque e ser levado de andor, como Calado, para a Presidência do Governo Regional da maneira forçada, cega e muda como quer. Talvez devesse aprender com a humildade do novo delegado regional do IPMA.