Um deputado pode marcar a diferença.


J á sabíamos que um voto pode fazer a diferença, mas agora chegamos ao deputado único pela idoneidade das propostas. O Filipe Sousa, deputado livre, tem dado cartas na Assembleia da República onde não se ouve os restantes deputados da Madeira pelo PSD.

Não é incomum a DECO (Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor) apoiar propostas legislativas. O apoio não é dado a um partido político em si, mas sim a uma iniciativa legislativa que se alinha com os seus objetivos e interesses estatutários: a defesa dos direitos dos consumidores. Por ser a maior e mais influente associação do seu género em Portugal, a sua missão inclui a intervenção no processo legislativo sempre que os direitos dos consumidores estão em causa. É o caso do Subsídio Social de Mobilidade da Madeira.

O que se vê é que, o Filipe Sousa sabendo que é deputado único do JPP na AR, enveredou pelo caminho de legitimar a sua proposta através da DECO, assim coloca a questão a um nível extra partidário. O parecer é uma análise técnica da proposta, concluindo que ela "vai ao encontro dos direitos e interesses dos consumidores residentes nas Regiões Autónomas, afastando do consumidor os constrangimentos". Nada mais do que isto. No entanto, o maior impacto da notícia é o peso que o parecer da DECO confere à proposta do JPP, tornando-se uma ferramenta política e técnica no debate.

A DECO confirma que o modelo atual é "injusto, socialmente penalizador e insustentável", uma falha que afeta particularmente "famílias, estudantes e trabalhadores". Ao ligar a questão do SSM à fragilidade financeira e à necessidade de "mendigar o reembolso", a DECO reforça o argumento do JPP de que a proposta é uma "questão de justiça social e de respeito pela coesão territorial".

Mas, ninguém disse que o melhor subsídio social de mobilidade já visto, assim "vendido", da autoria de Eduardo Jesus, sofreu um xeque-mate de "tribunal imparcial". Sai mais 4 páginas de propaganda no Diário de Notícias.

Como um deputado único faz diferença. Basta trabalhar para o madeirense e não para o partido como forma salvar a face de um secretário que só anda a criar problemas aos madeirenses. Porque é que os deputados do PSD não têm um sucesso assim? Porque estão amarrados à disciplina partidária. Portanto, esta coisa de maiorias pode ser de muita gente silenciada e afinal não servir para nada.

Para quando este subsídio, nestes moldes que interessam aos madeirenses, também será usado num ferry para o continente? Recordo que quando havia o Armas, nos dias do movimento no Funchal, a TAP fazia preços mais baixos, vi isso muitas vezes na altura.