A proliferação de minis e micro partidos na Madeira.


Ambição (emprego), Individualismo e o Efeito no Voto

A proliferação de pequenos grupos, as capelinhas políticas no círculo eleitoral da Madeira levanta sérias questões sobre as motivações e objetivos dos seus intervenientes. Não é descabido supor que o aproveitamento de micro e mini partidos resultam, em parte, da procura por uma posição ou um "tachinho" na política.

Qual é, afinal, a ambição destes grupos (minis e micros)? Muitos parecem ter como foco principal a crítica ao PSD (Partido Social Democrata) mas não ao conteúdo dos seus partidos. No entanto, a realidade eleitoral é implacável, votos que não elegem ninguém, por mais que sejam uma forma de protesto ou discordância, não contribuem diretamente para o derrube do partido dominante. Antes facilita-lhe a vida.

O problema central reside no individualismo e na dificuldade de formar equipas coesas. Na Madeira, a mentalidade parece ser de que são todos líderes e convencidos, o que inviabiliza a construção de um corpo político credível e unificado. Frequentemente, assiste-se a meia dúzia de pessoas reunidas em torno de um candidato, e mesmo quando se unem em coligação, o resultado raramente é a eleição de um representante.

Ao contrário do que a intenção original possa ditar, a proliferação destes pequenos partidos tem um efeito prático que acaba por favorecer o PSD.

Os votos sem eleitos não acrescentam nada. Contudo, a análise mais profunda mostra que eles subtraem a possibilidade de outros partidos, com maior potencial de representação, poderem interferir no resultado final.

Mesmo que estes grupos não sejam intencionalmente "satélites" ou jogadas orquestradas pelo PSD, o resultado é o mesmo, o voto na oposição é retalhado por inúmeras candidaturas. Esta dispersão de votos impede a concentração necessária para desafiar o domínio do partido no poder, beneficiando-o, em última instância, com a manutenção do seu controlo.

A fragmentação partidária na Madeira, movida por ambições individualistas, acaba por diluir a força da oposição, consolidando inadvertidamente a posição do PSD.