É imperativo rasgar o véu da simplificação e confrontar a verdade crua que a análise histórica e política exige. Não se confunda a tirania fascista com o projeto de emancipação socialista; a alegação de que são «dois lados da mesma moeda» é uma falácia preguiçosa, uma desonestidade intelectual que serve apenas para inibir o pensamento crítico. O discernimento, tal como nos ensinam os mestres do saber, é a primeira virtude na busca pela Justiça e pela verdadeira Ordem.
Para além da superfície dos regimes autoritários, a essência destas ideologias revela antagonismos irreconciliáveis. Olhemos para a estrutura da sociedade e para quem é o seu beneficiário final.
Fascismo: o culto da hierarquia e do capital:
O Fascismo é, no seu âmago, a defesa violenta do capital e das elites. Não se trata do povo, mas sim do poder dos ricos cimentado pelo terror de Estado.
• Poder e Economia: O capital é o pilar. Consiste na defesa incondicional do capital, a subordinação total do Estado aos interesses dos grandes grupos económicos. Não existe economia socializada; existe a preservação do lucro acima de qualquer outra consideração.
• Identidade e Divisão: O seu pilar é um Nacionalismo extremo, uma visão estreita e exclusiva da nação que se manifesta em Racismo e hierarquia. Promove o Ódio ao estrangeiro e a opressão sistemática – em particular, a opressão às mulheres e a perseguição implacável a qualquer visão dissidente.
• Método de Governação: É puro Autoritarismo e Culto ao Líder. O militarismo e a censura não são acidentais; são o oxigénio que sustenta a sua estrutura de terror e o Anticomunismo histérico.
• Implicação Filosófica: A sua desarmonia intrínseca reside na negação da igualdade universal e da razão. É um regime que exalta a paixão cega e a força bruta sobre a moderação e a virtude cívica.
Socialismo: a aspiração à igualdade e fraternidade:
O Socialismo, no seu conceito fundacional, é a busca por uma sociedade justa e sem exploração, alicerçada na soberania popular e na razão.
• Poder e Economia: A sua meta é o Poder Popular e a edificação de uma Economia Socializada, onde os meios de produção servem a coletividade e não o interesse privado de uma minoria.
• Identidade e União: É intrinsecamente Internacionalista e defende a Igualdade Racial. O seu espírito é a Fraternidade e a Unidade dos povos, visando a abolição das fronteiras ideológicas e sociais que dividem a humanidade.
• Método de Governação: Em teoria e propósito, visa a Democracia e o florescimento da Cultura e Ciência, promovendo ativamente o ideal de Mulheres livres e a autonomia de todos os cidadãos. É a negação da tirania: o Fim da exploração.
• Implicação Filosófica: A sua aspiração é pela Ordem harmoniosa, onde a virtude é praticada através de uma estrutura social que garante a equidade material, permitindo que o indivíduo se eleve ao seu potencial máximo. O poder não reside no capricho do tirano, mas na razão coletiva.
Equívoco fatal e ação necessária:
Onde o Fascismo procura a submissão e o esmagamento das classes trabalhadoras em prol do lucro, o Socialismo advoga a sua emancipação e soberania. Onde um destrói a pluralidade pela intolerância racista, o outro celebra a unidade na diversidade.
Que não nos iludam as semelhanças superficiais no uso da força que, por vezes, mancharam as experiências históricas de ambos; é imperativo atentar à causa e ao efeito das suas doutrinas. O terror fascista é a mecanização do privilégio e do ódio; a violência em regimes que se disseram socialistas foi, na maioria dos casos, a deturpação trágica de um ideal nobre.
Portanto, seja astuto: o seu dever cívico passa por distinguir a luz da sombra. Abandone a máxima do espelho distorcido. O Fascismo é a prisão da alma e do corpo social em correntes de capital e ódio. O Socialismo é o ideal de liberdade face à tirania económica. Saiba discernir para nunca ser enganado.
