Carta aberta a Avelino Conceição


C aro Avelino, não me conhece pessoalmente mas cruzamo-nos muitas vezes na sua rotina. Na rotina quando veste o fato de deputado. Venho lhe pedir, para ir ao próximo congresso do PS Madeira a 10 e 11 de janeiro de 2026, POR FAVOR.

Eu sei que é com enorme esforço que irá ao Congresso, mas vá. Sei também que você não precisa do PS, mas o PS é que precisa de si, isso todos sabem. Se não fosse o Avelino, o PS estava morto, isso já todos sabemos.

Todos vimos no último congresso (quem esteve presente e através da comunicação social) a emoção que o assolou, e levou-o a dizer o que não queria “este deve ser o último congresso a que eu venho”, NÃO, ISSO NÃO PODE SER VERDADE.

Avelino se não for ao Congresso o circo acaba! Em dezembro até aguentamos temos o Circo Mundial no Cais 8 e no resto do ano, como vai ser?

Avelino tem ir ao Congresso com os seus discursos acutilantes, cheios de propriedade, pertinentes e sempre atuais. Aqueles discursos tipo as intervenções que tem na ALRAM, completamente vazios, percebe? Tem de ir!

O Avelino, tem de ir para perceberem quem é que manda. É importante agarrar o partido. O Avelino com os anos que tem disto já deve saber o que vai falar no congresso, mas deixo-lhe uma sugestão, fale de “Pesca”. É uma área que domina e as suas intervenções nesta matéria tem surtido efeito. São as suas intervenções e as do deputado europeu. Aquele que ninguém liga. Tem que o nosso presidente Albuquerque ir à União Europeia reivindicar os interesses da Madeira. O dito deputado anda lá, ninguém sabe a fazer o quê. Se reparar, Avelino e Sérgio tem uns pontos em comum, intervenção política ZERO, não sabem o que andam a fazer, mas não se esquecem do dia de “são receber”.

Avelino, só aceito que não vá ao Congresso, se isso for uma tomada de posição, e se assim for, acredite que todos os camaradas do seu Partido vão perceber. Uma tomada de posição pelo facto do Congresso não se realizar em Machico. Concordo plenamente. Caso o congresso fosse em Machico o Avelino podia fazer como nos dias de plenário na ALRAM.

A saber:

  • 9h - Ia até ao congresso, pousar a pasta no seu lugar e para ser visto.
  • 9h10 - Sai do Congresso, e a passo lento, vai tomar o pequeno almoço à Pastelaria Galã.
  • 10h25 - regressa ao congresso
  • 10h30 - Coffee-break do Congresso
  • 11h00 - Sai do Congresso com seu amigo “sempre em pé” e vão até à “chupa” beber uma poncha e fazer as listas para a comissão política e comissão politica regional. Convém, ser num local afastado.
  • 12h30 - Regresso ao Congresso para o almoço e para se começar a dar umas novidades sobre quem é que já está na comissão política e na comissão politica regional. Durante a tarde de sábado já tem que começar a haver confusão entre camaradas.

Durante a tarde de sábado, Avelino repete as rotinas do período da manhã.

Por isso, caro Avelino, poupe-nos ao drama da despedida antecipada e apareça. Não nos prive do seu brilho peculiar, dessa capacidade inigualável de nada dizer com ar de quem diz tudo. O Congresso sem si seria como um palco sem palhaços: perde-se o espetáculo, perde-se a magia, perde-se o número principal. Vá lá, faça o favor de continuar a ser o motivo de conversa nos corredores, o protagonista das intrigas de bancada e o herói improvável deste circo político que insiste em não acabar.

Afinal, alguém tem de manter a tradição, e quem melhor do que o próprio Avelino para assegurar que o PS continua exatamente… onde está.