IPSS´s os Zoos da Madeira


A Popota vai ao Zoo.

De agradecimento cortam nos medicamentos.

N a Madeira há um verdadeiro “jardim zoológico” moderno. Não é preciso bilhete, não há guardas-florestais e os “animais” não têm culpa nenhuma: chamam-se IPSS e entidades equiparadas. A fauna não é exótica, mas serve lindamente para o safari político da praxe.

Entra em cena a eminentíssima secretária regional da inclusão, solidariedade, trabalho e, aparentemente, evangelização, ladeada pela corte habitual de acólitos sempre prontos para mais uma romaria fotográfica. Chegam às instituições como quem vai ver tigres e aves exóticas, pousam, sorriem, inclinam a cabeça num “que ternurinha” ensaiado e zás, mais uma fotografia para mostrar serviço. A diferença é que aqui não há araras, aves do paraíso ou gorilas. Há idosos, pessoas com deficiência, gente debilitada e fragilizada que merecia tudo menos ser figurante involuntária nesta novela de propaganda barata que faz lembrar em tudo a Coreia do Norte, façam essa pesquisa e vejam como é em tudo semelhante, a diferença é que na coreia há sempre um quadro com o retrato dos grandes lideres em todas as paredes.

O roteiro é simples, aparecem, tiram as fotos, publicam as fotos, elogiam-se nas fotos. E assim se tenta maquilhar o trabalho paupérrimo que na prática não aparece e quando aparece é dúbio e cheio de enredos. Entretanto, algumas destas instituições estão na mira do Tribunal de Contas e, quem sabe, de investigações tão secretas que só não são mais secretas porque há sempre um indignado.

O mais engraçado, ou trágico, é que toda a gente concorda que expor crianças é censurável. Mas quando se trata de expor idosos e pessoas com deficiência, já parece que vale tudo, desde que dê para mais um post triunfalista e um likezinho institucional.