O Partido Socialista (PS) de Portugal, fundado em 1973, é o principal pilar da Centro-Esquerda portuguesa. A sua matriz ideológica assenta na Social-Democracia, uma filosofia política europeia de cariz reformista que procura mitigar as desigualdades intrínsecas ao capitalismo, sem, contudo, abolir a economia de mercado.
A Social-Democracia advoga um sistema de economia mista, onde o Estado regula ativamente o mercado para proteger os cidadãos e garantir a justiça social. Os seus pilares inegociáveis incluem a Democracia plena, a garantia de Liberdades civis e a Solidariedade, concretizada através do Estado-Providência. Este modelo prioriza serviços públicos universais e de qualidade em áreas cruciais como a saúde, a educação e a segurança social, financiados frequentemente através de impostos progressivos. O objetivo é claro: alcançar um equilíbrio funcional entre a eficiência económica e a equidade social.
O PS, liderado atualmente por José Luís Carneiro, alinha-se historicamente com esta visão, defendendo políticas de coesão social e o reforço contínuo do Estado de Bem-Estar Social. A sua posição política situa-se entre a Esquerda mais radical e a Centro-Direita, constituindo o espaço do Reformismo em detrimento da revolução.
No contexto europeu, o Socialismo e a Social-Democracia são forças políticas históricas. Partidos congéneres, como os que moldaram os modelos nórdicos de Estado-Providência – conhecidos pelo seu elevado bem-estar e baixa desigualdade –, pertencem ao Partido Socialista Europeu (PES). Esta aliança é crucial.
O PS português é um membro ativo e pleno desta família política europeia. A sua tripla afiliação internacional – Internacional Socialista (IS), Aliança Progressista (PA) e, sobretudo, o PES – confere-lhe legitimidade e uma plataforma de influência global e, essencialmente, europeia.
Os eurodeputados do PS, no 10.º Parlamento Europeu, integram o grupo Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D), o segundo maior grupo na Eurocâmara. Esta participação é vital, pois permite ao PS coordenar votos e posições políticas, ganhando peso nas decisões legislativas da União Europeia. Sem o apoio do S&D, a aprovação de qualquer legislação europeia torna-se difícil.
O Partido Socialista, como principal representante da Centro-Esquerda, incorpora também o Progressismo, uma filosofia política mais ampla que advoga o progresso social baseado em reformas. O Progressismo, que se opõe ao conservadorismo e tradicionalismo, manifesta-se no apoio do PS a reformas sociais significativas, tais como a laicidade do Estado, a defesa de direitos civis alargados (incluindo a igualdade de género e os direitos das minorias), e políticas ambientais ativas.
Em termos económicos, a filosofia do PS reflete a influência do Keynesianismo, a teoria que defende a intervenção ativa do Estado na economia, especialmente em momentos de crise, para estimular a procura agregada através da política fiscal e monetária. Esta abordagem, que marcou o pós-25 de Abril em Portugal, visa evitar recessões prolongadas e garantir o pleno emprego.
Finalmente, a posição do PS é firmemente Pró-Europeia. O partido reconhece os benefícios da adesão à UE, vista como um escudo de estabilidade e uma fonte de desenvolvimento económico para Portugal. Esta convicção alinha o PS com o consenso generalizado da política nacional, que vê na integração europeia um fator essencial para a prosperidade e a paz.
O PS, portanto, não é apenas um partido nacional, mas uma peça integrante da Social-Democracia europeia e da rede Progressista global, empenhado em equilibrar o mercado com a equidade social através da reforma e da intervenção estatal estratégica.
