Os negócios de branquear incompetentes.
Q ual a lógica da Região estar a se certificar com a EarthCheck, a entidade responsável pelo processo de certificação da RAM como destino turístico sustentável, e paralelamente não param de projectar campos de golfe na ilha?
Temos atualmente 3 campos de golfe que operam no Arquipélago da Madeira: Clube de Golf do Santo da Serra, Palheiro Golf e Porto Santo. Está em execução o Campo de Golfe da Ponta do Pargo e outros projetos estão em estudo, um segundo campo na no Porto Santo e outro para o Faial.
O consumo dos campos de golfe é diabólico, por isso existe um Golfe Eco-Friendly da Europa nos World Golf Awards 2024, daqueles que se compram, para o Santo da Serra. Mais prémios para maquilhar.
Mas não sendo suficiente, a EarthCheck, uma das três entidades acreditadas pelo Global Sustainable Tourism Council está num processo de certificação da Madeira como destino turístico sustentável, um processo evolutivo que impõe a conquista progressiva de quatro patamares (prata, ouro, platina e master), obriga a que cada destino demonstre a adequada conformidade com os critérios avaliados ao longo do tempo e de forma consistente. Certificam vendo no local ou são mais "papers"?
Eu olho para a Madeira, que recicla metade do lixo dos Açores e está com volumes de lixo a bater recordes, com as ETARs a abarrotar e a não executar o trabalho como devem, às rent-a-car que infestam a ilha e também poluem, ao mar com as famosas "algas", com a carga do turismo a sugar os recursos (como a água), etc, e eu pergunto se o processo é mais um "award".
Existe uma tremenda tensão, a busca pela sustentabilidade ambiental versus a expansão económica através de infraestruturas com alto impacto (como os campos de golfe). A lógica da Madeira baseia-se num raciocínio de "Sustentabilidade Controlada e Certificada", onde o golfe é visto como um produto de nicho de alto valor agregado que ajuda a cumprir objetivos específicos de sustentabilidade, nomeadamente na dimensão económica e social. O destino Madeira define e implementa o seu modelo de sustentabilidade na base do "sui generis"?
Outra situação incrível, infesta-se a Madeira de turismo rasca com low costs e depois a Madeira procura afastar-se do modelo de turismo de massas de baixo custo com os campos de golfe? Um produto para atrair turistas com maior poder de compra e estadias mais longas (os chamados golfers)? E o turismo que tínhamos de qualidade porque foi "abatido"?
Portanto somos Golfe Eco-Friendly da Europa com mais uma camada de destino turístico sustentável, mas não o vejo em sítio algum! O dinheiro compra tudo? Golfe é insustentável! Não sustentável! A Madeira terá cada vez mais caos e insustentabilidade por mais que comprem certificações. Basta pensar um bocadinho. O lugares idílicos vão acabar terraplanados por pés e golfe, haverá cada vez mais trânsito em todo lado com a dispersão para acomodar mais gente. Demasiada carga. Adeus Madeira. Acabou a qualidade de vida.
Pensem um bocadinho, não é gratuito, este é o pior secretário do Turismo de sempre, um incompetente alimentado com propaganda e awards.
