Tudo igual, ainda não entenderam! Vamos fazer o desenho...
O novo “apoio ao residente” (link) é simples de explicar: primeiro pagas, depois talvez recebas. Tens de adiantar entre 300 e 600 euros para comprar a viagem. Se tiveres esse dinheiro, ótimo. Se não tiveres, azar. O apoio existe, mas não é para pobres, é para quem já vai bem servido.
Depois vem a parte mais bonita: se tiveres dívidas ao Estado, não recebes o subsídio.
E atenção: também não te devolvem o dinheiro que já adiantaste. Ou seja, pagas, viajas e ficas a arder. Um verdadeiro prémio por seres residente.
Isto tudo foi escondido com muito jeitinho pelo PSD/CDS, pelo Governo Regional e pelos deputados do PSD-M. Ninguém avisou, ninguém explicou. Afinal, se o povo soubesse antes, ainda podia fazer perguntas e isso dá trabalho.
O mais engraçado é que estas regras duríssimas são feitas por gente que nos pede confiança absoluta, enquanto anda rodeada de suspeitas de corrupção. Miguel Albuquerque, Pedro Calado, o processo Ab Initio… nomes que aparecem nos jornais, mas que continuam cheios de autoridade para dar lições ao cidadão que deve 50 euros às Finanças.
Por isso, fica a sugestão, em nome da igualdade: que esta lei também se aplique aos suspeitos de corrupção e aos seus advogados, como o doutor Alexandre Silva. Nada de privilégios. Também que adiantem o dinheiro. Também que fiquem sem reembolso se houver problemas. Regras iguais para todos, como tanto gostam de dizer.
No fundo, a mensagem do Governo é clara, mesmo que não o diga:
- Se és pobre, não viajes.
- Se deves, pagas e calas.
- Se mandas, a regra é diferente.
O subsídio existe, sim senhor. Só não é para o povo. É para quem já não precisa dele.
Nota do MO: se calhar as companhias aéreas não querem deixar de receber logo e não confiam no moralista Estado para pagar a tempo e horas, o Estado faria dívida... por gozo... não poderia viajar. A maior piada disto é que só o Natal conta agora na cabeça do povo.
