O Orange Sapiens



A notícia caiu como uma bomba no meio científico. O primatólogo holandês Frans De Waal comunicou a descoberta de um primata vivo nas florestas da Laurissilva. A controvérsia instalou-se no meio científico porque segundo Frans De Waal trata-se de um espécimen único no mundo que provavelmente viveu sempre isolado e afastado da espécie humana.

Segundo o primatólogo, o espécimen encontrado no seio da Laurissilva, e a que Frans apelidou de Orange Sapiens, mostrou alguns rasgos de inteligência e a utilização de ferramentas rudimentares, como tubinhos que usa para aspirar formigas e outros insetos endémicos. Frans De Waal adiantou que encontrou provas de que o espécimen é violento e articula alguns sons estridentes o que sugere ser capaz de comunicar. 

Miguel Sequeira, docente da Universidade da Madeira, e doutorado em taxonomia vegetal é de opinião de que a abertura da autoestrada das Ginjas pode ser um fator tóxico para a sobrevivência do Orange Sapiens, podendo ser uma causa da eventual extinção da espécie. Segundo Miguel Sequeira a Floresta Laurissilva, com mais de 11 milhões de árvores que, além de ter um papel fundamental no ciclo de água na Madeira, protege o espécimen do contacto com os seres Humanos.

Já Costa Neves, grande defensor da Laurissilva, diz que já contactou de perto com o primata, acredita que o Orange Sapiens pode sobreviver e evoluir desde que não se destrua o seu habitat natural.

Raimundo Quintal, outro especialista da natureza e que, segundo consta, também já teve alguns contactos esporádicos com o referido primata, considera não haver muitas esperanças do mesmo sobreviver num ambiente tão inóspito e agressivo como o alcatrão.

A fofa da Secretária Regional do Ambiente já adiantou que o primata até é bem-parecido, e que por isso é melhor leva-lo para casa.

O Secretário Regional de Equipamentos e Infraestruturas adiantou que não há motivo para preocupações, está tudo controlado, a estrada vai ser construída com uma tecnologia de asfalto absorvente como os pensos higiénicos, o que até permitirá a absorção dos dejetos e da urina do primata até 10x a sua largura, evitando assim os maus odores.

Já José António Garcês, visivelmente irritado com a descoberta, assegura que não é um primata qualquer que vai parar o desenvolvimento do concelho de São Vicente e que a estrada das Ginjas vai ser construída “doa a quem doer”.



Talvez seja melhor desistir da obra, que mais poderemos encontrar na misteriosa Laurissilva?
Digo eu!