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Recorte da Capa do DN 2-9-2022 |
B om dia, povo da Madeira! Estranho que até esta hora ainda não tenha surgido novamente um mar revolto de socialistas indignados com o jornalista do DN Madeira, Jorge Freitas Sousa, que, depois de ajudar a enterrar os deputados faltosos do Grupo Parlamentar do PS na Assembleia Regional, de que Victor Freitas é Vice-Presidente, teve direito a entrevistar a presidente de câmara estrela do PS Madeira, Célia Pessegueiro, esposa de Victor Freitas. Então mas não era para acabar com o DN Madeira? Nem mais um artigo de opinião, nem mais uma entrevista, nem mais um tostão? E como é que o jornalista responsável por tamanho ataque à honra do PS Madeira tem direito a entrar "na casa política" do casal mais proeminente do PS Madeira? Ou será que Célia e Victor quiseram passar para dentro da sua "casa socialista" a mensagem de que há guerras dos outros que nunca compraram, nem vão comprar, porque estão sempre a pensar noutra, que é no dia seguinte? Quem não se lembra do lema de campanha de Célia Pessegueiro nas últimas eleições autárquicas, de que se vota é nas pessoas, não é nos partidos, descartando o PS?
Pois bem, agora percebe-se melhor porquê: é que Célia Pessegueiro pode ser muita coisa, mas socialista é que não é de certeza. Já sabemos que os militantes socialistas irão, uma vez mais, acusar o DN de estar a "enterrar" uma das suas estrelas, mas se ela disse, dito está, e o que disse é revelador: Célia Pessegueiro tem "horror à habitação social". Apesar de ser da Ponta do Sol, Célia tinha obrigação de ter um bocadinho de mais mundo. Se viveu, por exemplo, no Funchal como diz na entrevista, tem obrigação de saber que há quem nem tenha uma casa para remodelar, muito menos terrenos onde construir, a não ser nas ilegalidades dos lugares de risco das zonas altas que se multiplicaram no tempo do PPD, com o desfecho que todos conhecemos no 20 de fevereiro de 2010.
Célia Pessegueiro vai mais longe e distancia-se também da narrativa do PS de que o PSD não faz contratos-programa com as câmaras do PS. Afinal, não faz nem com as do PSD e esse argumento nunca existiu. Ricardo Franco, Emanuel Câmara, Paulo Cafôfo e Miguel Silva Gouveia é que devem ter visto tudo mal.
Para terminar em grande, Célia Pessegueiro arruma com Sérgio Gonçalves: ganhar para o ano? Nem pensar, não é isso que se sente no terreno.
Quando se perguntarem porque é que o PS não ganha eleições, lembrem-se destes números ridículos a que temos assistido em vez de continuarem na caça às bruxas de que o problema são os jornalistas, os jornais, os críticos e Deus nosso senhor. O problema é mesmo o PS que não sabe para onde orientar a sua bússola política. Num momento em que devia criticar o PSD pelo faz de conta em termos de habitação social em que anda entretido, vetando mais de 3.000 famílias ao abandono habitacional, coloca-se noutro lado qualquer.
Célia Pessegueiro com esta entrevista quase que conseguia o pleno:
- enterrou a narrativa do PS contra Jorge Freitas Sousa;
- enterrou a narrativa do PS contra o DN Madeira;
- enterrou a narrativa do PS relativamente à falta de habitação na Região;
- enterrou a narrativa do PS a favor da habitação social construída no Funchal desde 2013;
- enterrou a narrativa do PS relativamente aos contratos-programa do Governo Regional com as câmaras socialistas;
- e enterrou a narrativa do PS de que Sérgio Gonçalves vai ganhar
Só não enterrou o lugar de Victor Freitas, porque esse é como as derrotas do PS: eterno.
Parabéns, Célia!
Enviado por Denúncia Anónima.
Sexta-feira, 2 de Setembro de 2022
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