A inoperacionalidade do Aeroporto da Madeira mostra como o Turismo na nossa terra é um gigante com pés de barro, insistem em prosseguir os erros de modelo detetados durante a pandemia da Covid-19, enquanto a aposta pela massificação força a barracas maiores. Este problema não se resolve como no outro "pé de barro", a construção, empregando estrangeiros.
A pressão pela decisão de resolver a "mal" com o aumento dos limites autorizados para as aterragens, cheira à decisão mais cómoda para se fazer alguma coisa, mostrar trabalho aos lesados hoteleiros e ao "incoming". O problema é que mesmo abaixo dos limites há "borregos", não é de crer que aumentando os limites que a coisa se fique por ali, mas também é válido se dizer que pode correr tudo lindamente acima dos limites, depende das rajadas e da orientação das mesmas. Os limites existem sempre para o pior cenário atmosférico conjugado e da menor experiência daqueles que nos visitam com menos frequência. Os voos não são militares para assumir riscos ...
Nunca esquecer que o nosso aeroporto não permite aterragens sem visibilidade, situação de que ninguém fala e que também ocorrem ao ponto de provocar a inoperacionalidade do aeroporto, aí, até ver, nem os melhores equipamentos para aterragens, praticamente automáticas, podem ser instalados, porque exigem espaço para além de cada uma das cabeceiras em linha reta.
Quando vejo o debate que vai na nossa sociedade, interpreto uma luta entre a posição comercial e a posição técnica, a primeira quer que a segunda assuma os riscos mas não assina, até tem gente que deveria estar do lado técnico e faz uma perninha na comercial, talvez por questões políticas ... acho o político e o comercial descabido neste problema. Primeiro resolve-se o técnico e depois os políticos e os comerciais adaptam-se. Não queiram inverter as leis da gravidade.
Acho que chegaremos a um momento de cansaço, onde o pragmatismo e o bom senso vão imperar, mantendo ou aumentando os limites, com solução de ferry rápido entre a Calheta (P. Santo) e o Caniçal, com ampliação do Aeroporto da Ilha Dourada. O cansaço ou saturação vão gerar desistências ou "perdido a velas, perdido a remos". Se não houver um meio termo, os próprios passageiros vão se retrair ou alterar os seus hábitos de viagem, situação que já sucede com custos porque parece que todos, para não falharem compromissos, fazem "stopovers". O que tenho em mente é que vão fugir das temporadas com predominâncias de ventos que provocam a inoperacionalidade.
Devemos nos adaptar à natureza e não enfrentá-la, nunca se esqueçam dos limites dos passageiros, das máquinas, dos "hard landings" (outras despesas mesmo aterrando) e das companhias, em vez de se cingirem só aos ventos. Acho que, com o passar do tempo, o bom senso de uma companhia vai imperar, chama-se TAP, para além disso tem aviões de maior porte para safar mais rapidamente os seus passageiros. Continuem a atacá-la com a pança cheia de "low costs" que não resolvem em tempo útil...
Enviado por Denúncia Anónima.
Sábado, 27 de Maio de 2023
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