Aos Timóteos


E sta manhã falavam de "coisas estranhas", algumas não são, são lógicas, só parecem estranhas se não se souber o que está por trás. Infelizmente, para alimentar a ideia de Povo Superior precisamos de entrar pelos caminhos que abateram a União Soviética. É que somos iguais sem saber. Opulência, faz de conta.

Primeiro, não temos economia com 250 mil almas mal remuneradas, o que temos é meia dúzia de oligarcas que enriquecem à sombra do controlo do poder executivo. Acontece que tal como vilas para subirem a cidades devem cumprir uns certos requisitos, abrir certos serviços em aglomerados populacionais como a Madeira, com as tais 250 mil almas, é necessário massa crítica, população e poder de compra para viabilizar.

Mas, como queremos ser grandes e vanguardistas, o erário público suporta tudo para criar essa imagem fictícia e sobretudo a dependência, quando já não estão para aí virados, os projetos insustentáveis caem. É o caso do Futebol Profissional, há mais mas não me quero alargar. A economia não tem dinheiro para aguentar 1 equipa de futebol profissional e os oligarcas não precisam desse namoro para ganhar dinheiro. Querem passar o mais anónimos possível, nem no carro de rali.

Por outro lado, quando a política e o poder estão em causa, o executivo bate à porta dos dependentes para solicitar auxílio. Sem mais remédio e total dependência, vemos figuras que se metem em encrencas que, apesar de apresentarem galões, vão matando a imagem profissional conquistada.

Em abril de 2018, o Aeroclube da Madeira estava sem dinheiro, com uma divida de 18 mil euros à Repsol e com 3 alunos sem formação e sem a possibilidade de reaver o dinheiro. Havia uma promessa de que o curso PPA seria realizado em 6 meses mas esta situação já levava 3 anos. Depois, em 2019, ano de Regionais, o tema Aeroclube foi tema de campanha com pressões várias para encontrar uma solução. A 2 de novembro de 2020 o JM anunciava uma Academia de Aviação, com o Aeroclube a ceder a licença ATP - Approved Training Organisations, que permite formar pilotos de linha aérea, quando nem dinheiro tinha para custear o arranjo do avião de sua propriedade e que servia para dar formação. Quero ficar por aqui, mas dizer que os contactos daí decorrentes com o GR foram muitos para uma solução e isso também cria proximidades, dependências e dívidas de favor. A alguns acresce a militância. 

Espero que a guerra perdida contra o vento, com políticos a achar que também controlam e mandam na natureza, não lhes passe pela cabeça que vão fazer uma "alteração de orgânica" e enfiam aviões a aterram com vendaval, que não seja acompanhada pelo queimar de reputação de alguns. Eu só espero que a política não enterre mais idoneidades, já muitos caíram nesse erro. Fica o aviso para os Timóteos.

E o Galamba? O "queimado" deu uma resposta que parecia lume ao Albuquerque:

Seria uma "tragédia" rever limites de vento na Madeira com base em "decisão política" Foi a resposta do ministro das Infra-estruturas ao pedido que Miguel Albuquerque acabou por fazer, olhos nos olhos, durante a apresentação do novo terminal do Aeroporto do Porto Santo. (link)

Parece que também alguns que são pagos para dizerem bem da Madeira a soldo, para além de mais 3 a 4 destinos turísticos por semana (link), ficam sensíveis quando passam pelo mesmo que o povo passa. As elites estão mal acostumadas, mas gostei de ver como sem bagalhuço acaba-se a folia. Em todas as áreas insustentáveis.

Enviado por Denúncia Anónima.
Segunda-feira, 26 de Junho de 2023
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