Marinadas na saúde!


Q ue a gestão pode conter algumas dificuldades é perfeitamente aceitável, agora é inaceitável quando se gere na saúde enclausurados em gabinetes, com avaliações matemáticas de dados que deveriam apoiar uma gestão humanizada, respeitadora do código de trabalho e do rol de leis que informam o mundo do trabalho. 

Não se pode gerir de olhos vendados, focados apenas em solucionar problemas completamente despreocupados dos efeitos colaterais,. Algumas decisões podem prejudicar outros, uma contaminação que oferece o caos que justamente se tenta resolver. Há decisões que atentam contra o equilíbrio, não permitem o desenvolvimento de um trabalho que respeite a segurança dos cuidados e promova uma boa saúde mental dos profissionais.

Isto a respeito da actual gestão do bloco operatório, onde se quer arranjar profissionais, nomeadamente Assistentes Operacionais, para determinados programas extraordinários de produção cirúrgica, massacrando e espezinhando a legislação laboral, que conduz à exaustão das equipas, sobrecarregando de trabalho de elevada responsabilidade nos serviços de internamento.

Actualmente, em determinados serviços ditos “pesados”, alguns com rupturas graves de enfermeiros, que metem baixas ao kilo, existem alocados Assistentes Operacionais com problemas graves de saúde e com indicação médica, que limitam as tarefas. Ficam como mensageiros e a sua intervenção no trabalho das enfermarias é muito limitada, a distribuição destes profissionais em serviços de internamento é simplesmente anedótica, roça o limiar do gozo. 

Depois a mobilidade entre serviços. As tais “ajudas” acontecem, mas semeando desequilíbrio nos serviços contemplados, quase de forma obrigatória e regular, ficando tudo no fio da navalha, para depois exigirem qualidade e auditorias em conformidade. Depois podemos verificar, em ambiente de consulta externa, Assistentes Operacionais com robustez física adequada ao ambiente dos internamentos. Não se percebe estas opções.

As “senhoras adjuntas”, fazem lembrar as senhoras de bem que visitavam os doentes nos hospitais, para os confortar e dar uma palavra amiga, tipo visita de médico, agora cada vez menos frequentes, e que nem se dignam “in loco” confirmar as dificuldades de cada serviço, à sua responsabilidade. Passam o tempo enclausuradas nos seus gabinetes, avaliando dados matemáticos e decidindo de “olhos vendados”, marimbando-se para os efeitos colaterais das suas decisões. E querem que neste ambiente funcionem os programas de recuperação de listas de espera cirúrgicas, tudo ao monte, fé em Deus e na sorte.

Infelizmente, hoje em dia, estas adjuntas têm em comum o servilismo doentio, a bajulação ao poder politico, focadas apenas, em mostrar serviço e no alcançar o tecto, da carreira, a direcção de enfermagem, onde continuarão a ser uns “paus-mandados” ao serviço do sistema.

Será que ninguém colocou a hipótese de alguns profissionais, em determinados serviços de internamento, com esses ditos programas especiais de recuperação de listas de espera cirúrgicas, implementar um horário especial acrescido, enquanto esse dito programa durasse? A despesa indexada não ultrapassaria, para 4 elementos, os 1.600 euros mensais, quando se gasta muito mais do que isso por dia, com o dito programa, por serviço aderente.

As "marinadas" deste programa são de lamentar, a falta de estratégia e de organização, inclusive na avaliação do estado de cada utente, que acontece quase à entrada do bloco operatório, sobrecarregando de responsabilidade anestesistas e enfermeiros do serviço de internamento, quando no acolhimento avaliam as condições de cada utente e outros, em termos de anestesia e respectiva anamnese, o respectivo historial clinico, decidir pela segurança dos cuidados, se o doente possui condições cirúrgicas, etc.

Existem situações em que a falta de profissionais incrementam os riscos de negligência, e como há dias li, os serviços de internamento não vivem só de cirurgias e nem todos os operados, no pós- operatório, corre bem.

A saúde não pode ser gerida como uma a corrida mais louca do mundo. Mas como nem tudo neste mundo se resume a críticas, relembrar algumas orientações é importante:

  1. Comunicação aberta e transparente: estabelecer uma cultura de comunicação aberta, encorajando os profissionais de saúde a expressarem suas preocupações, ideias e sugestões (nada disto acontece na prática, nem nos corredores se encontra um enfermeiro gestor);
  2. Definição clara de papéis e responsabilidades: certificar de que todos os membros da equipa compreendem suas responsabilidades individuais e colectivas. Promove um ambiente de trabalho organizado (organização fica reduzida a soluções avulsas);
  3. Reconhecimento e valorização: reconhecer e valorizar o trabalho árduo dos profissionais de saúde (não chegam palmas nem elogios, ou mesmo 8 pontos);
  4. Desenvolvimento profissional contínuo: incentivar o desenvolvimento profissional dos profissionais de saúde através de oportunidades de estágio (não se valoriza a experiência profissional, nem se promove a sua aquisição em equipa);
  5. Promoção de um ambiente seguro: dar prioridade a segurança no ambiente de trabalho, implementando protocolos adequados de prevenção e controle (muito protocolo em papel);
  6. Equilíbrio entre trabalho e vida pessoal: reconhecer a importância do equilíbrio entre trabalho e vida pessoal dos profissionais de saúde. Tentar fornecer horários de trabalho flexíveis sempre que possível e estar atento às necessidades individuais de cada membro da equipa (ninguém liga a tais situações, é só tapar buracos);
  7. Resolução de conflitos: estar preparado para lidar com conflitos interpessoais de forma justa e eficaz (uma miragem, reduzida a "quero, posso e mando");
  8. Apoio emocional: reconhecer que os profissionais de saúde podem enfrentar desafios emocionais e stress no ambiente de trabalho. Estar disponível para ouví-los, oferecer apoio emocional e, se necessário, encaminhar para serviços de suporte psicológico (nem se comenta).

Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 1 de Julho de 2023
Todos os elementos enviados pelo autor.

Adere à nossa Página do Facebook (onde cai as publicações do site)
Adere ao nosso grupo do Facebook: Ocorrências CM
Segue o site do Correio da Madeira

Enviar um comentário

0 Comentários