Factos e Instruções sobre Idosos e Lares


Atalaya x Bela vista e o sofrimento dos utentes e dos colaboradores nas mãos dos "obscuros" de fato e gravata. 

credito que o investimento na área da saúde e social é uma mais valia, porém, quanto mais competências temos mais sofremos em ver o descaso com os utentes e colaboradores dos Lares. Antes, quero apresentar dados importantes.  

O índice de envelhecimento em Portugal quase duplicará, passando de 159 para 300 idosos por cada 100 jovens, em 2080, e de certeza que os nossos governantes serão também idosos e necessitarão de cuidados. Será que eles estão preparados para receber os cuidados na mesma proporção que estão a cuidar? Este será o resultado do decréscimo da população jovem e do aumento da população idosa. A região mais envelhecida em 2080 será a Região Autónoma da Madeira, com este índice a atingir os 429 idosos por cada 100 jovens, e a região menos envelhecida será o Algarve, com um índice de 204.  

Fonte INE/2020

A Lei de Bases da Saúde, recentemente reformulada (Portugal, 2019, p. 56), assume no princípio nº 2, da Base 1, a importância da corresponsabilização em saúde, nas suas múltiplas dimensões:

  • O direito à proteção da saúde constitui uma responsabilidade conjunta das pessoas, da sociedade e do Estado e compreende o acesso, ao longo da vida, à promoção, prevenção, tratamento e reabilitação da saúde, a cuidados continuados e a cuidados paliativos.

De acordo com os dados acima podemos comprovar que a Ilha da Madeira terá a maior população de idosos até 2080 e a Lei de Base da Saúde enfatiza a corresponsabilização, ou seja, divisão das responsabilidades entre duas ou mais pessoas ou entidades nos cuidados com esta população.  

Um utente idoso pode ter uma vida de qualidade? O que significa ter uma vida de qualidade? Esse conceito pode variar muito de pessoa para pessoa, mas alguns fatores são tidos como comuns para quase todos os indivíduos. Por isso, focar na qualidade de vida do utente não é algo tão complicado e pode ser facilmente compreendido por qualquer dos envolvidos nestes cuidados. Uma vida com qualidade é aquela na qual nos sentimos felizes e temos plenas condições para executar tarefas que tragam essa sensação de plenitude. Isso, no entanto, pode demandar um pouco de trabalho, especialmente quando falamos sobre pessoas debilitadas ou com mobilidade reduzida. Ainda assim, é perfeitamente possível proporcionar a este grupo de pessoas qualidade de vida dentro das suas limitações muitas vezes impostas por doenças ou pela progressão da idade.  

Quero expor algumas situações que enfrentamos no âmbito da vida profissional, nomeadamente nos cuidados e valores básicos para a dignidade humana. 

  • Os colaboradores estão esgotados e abandonados pela sua gestão e pelo governo que antes das eleições prometeram apoio e agora simplesmente desapareceram.   Apelo para uma intervenção da ALRAM urgente de maneira  que a dignidade humana prevaleça neste sector onde a fragilidade e vulnerabilidade são evidentes em todos os aspetos.  Proponho um momento de reflexão para que possamos ser pessoas melhores. Aprecio o cuidado com que o nosso governo tem com os animais que circulam pelas instituições, inclusive na Inclusão Social e Quinta Vigia, a liberdade, respeito e cuidado deveria ser a dobrar com os utentes que estão a ocupar camas nas instituições e não é o que acontece. 

A Constituição da República Portuguesa, enfatiza em Lei, um conjunto de valores como a dignidade humana, a equidade, a literacia em saúde, a ética, a promoção da saúde, a prevenção da doença e a solidariedade. Existe uma parte bem específica que estabelece alguns direitos, nomeadamente na Lei de Bases da Saúde (Lei 48/90, de 24 de Agosto) e no Estatuto Hospitalar (Decreto-Lei n.º 48 357, de 27 de Abril de 1968). Que estabelecem os principais Direitos e Deveres dos utentes. Esta Lei vem potencializar uma melhoria nos serviços e consequentemente nos cuidados de todos que utilizam o sistema de saúde.

O cuidar vai muito além de garantir higiene e alimentação cuidar exige uma sensibilidade e uma visão ampla de deteção de necessidades específicas dos utentes.  Enquanto profissionais de saúde nos tornamos coniventes com erros graves, quando estes cuidados não são prestados, quando incentivamos ou sugerimos o uso de ansiolíticos e de imobilização desnecessária do utente para diminuir o  trabalho. 

As instituições erram muito quando não oferecem condições adequadas para que os trabalhadores prestem um bom serviço, nomeadamente, equipamentos de segurança tanto para os utentes como para os colaboradores, fardamento, formações periódicas e a prática do aprendizado nestas formações, cuidados com a saúde mental para evitar a síndrome de burnout o que é muito comum em nossa atividade entre outros acontecimentos que são desvalorizados pelas instituições principalmente para as categorias mais baixas, embora também temos conhecimento de profissionais da área da psicologia e psiquiatria a sofrer dentro das instituições com tantas injustiças.  Existe um grupo de interesses e nós não estamos incluídos nele quanto mais baixa a nossa categoria, menos  importância teremos .

Devemos refletir que tipo de profissionais nós estamos nos tornamos e que tipo de gestão temos. Uma gestão participativa na promoção da saúde inclusive dos colaboradores ou uma gestão participativa nas conivências lucrativas, e a partir daí assumirmos uma postura assertiva e humana mesmo que tenhamos que denunciar que seja de forma anónima. Precisamos por fim nas chefias abusivas.  E se você tem um familiar no Lar, vá visitá-lo e denuncie tudo que estiver errado. Não tenham medo temos que parar estes bandidos de gravatas.

Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 28 de Outubro de 2023
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