Sobre as tempestades marítimas


Boa tarde a todos e parabéns pelo espaço público de debate. Fazia falta algo assim.

E stive a assistir às notícias sobre como se preparam alguns europeus, sobretudo os que estão à beira-mar, no caminho da tempestade Ciarán. Não sei se as pessoas, quando veem notícias, se limitam-se a ver ou a pensar sobre como seria connosco na mesma situação.

Temos uma vantagem em muitos lugares quanto a tempestades marítimas a embater na nossa costa, temos muitos declives abruptos para enfrentar, mas atenção, também temos zonas baixas e todas elas com núcleos populacionais. Algumas têm uma barreira à frente, tipo tetrápodes ou grandes blocos mas noutras não temos absolutamente nada, com pouca praia para matar as ondas e com zonas urbanizadas mais baixas. Eu não quero mencionar porque não quero por as pessoas a sofrer, quero só ser porta-voz aos governantes.

É evidente que não quero mais obras com betão, mas sim praias que permitam o acumular de inertes em vez de ver empresas de construção a surripiar para depois vender. Pensem na Praia Formosa como pode ser um reverso da medalha e uma lição! Se a natureza muniu as costas com praias com extensão para matar as ondas, é sinal que milhões de anos de "pensamento natural" deu a solução. Há tempos, neste site do CM, alguém falava na temperatura das águas do mar (link), enquanto promotoras de tempestades e para as quais pouco ligamos, mas depois temos a tempestade e nós voltamos a não prestar atenção suficiente às ondas. Acho que devemos com as alterações climáticas. Será que temos avisos atempados? Normalmente só para marinas e embarcações. Há dias havia uma previsão nunca vista, sobretudo para o norte da ilha. Só pensei num local que distribui trânsito para Este e Oeste. A previsão arrasaria a zona costeira.

Quando o mau tempo no mar ameaça núcleos populacionais na costa, é importante adotar medidas de precaução e gestão para garantir a segurança das pessoas e a proteção da infraestrutura costeira. Deve haver níveis de avisos a serem concretizados, para que cada pessoa avalie a sua situação e tenha tempo para se precaver. Não vi isso perante a previsão. É importante que as autoridades comecem a mudar a sua ação no quotidiano, os tempos são diferentes e os alertas devem ser precoces para determinadas áreas costeiras da Madeira. Alertas verdadeiros!

E de uma vez por todas, deixem as praias que a natureza criou em paz, servem para matar ondas como nenhuma obra consegue. A proteção civil tem sacos para encher com areia? É uma pergunta inocente, penso que só mesmo nas obras. Algumas comunidades costeiras na Madeira podem ter que investir em infraestruturas mais resistentes ao clima, como diques, barreiras costeiras, sistemas de drenagem e construções à prova de ventos, para reduzir os danos causados por tempestades. Alguém pensa no mar como muitas vezes não pensa para terra? Existe rotas de evacuação, transporte e abrigos temporários pensados com antecedência para as zonas costeiras mais expostas?

Quando é que vão informar e fazer exercícios com as comunidades expostas? Para garantir que todos estejam preparados para lidar com situações de mau tempo no mar. Contem com a água mas não se esqueçam dos calhaus. A redução do risco de inundação vai com práticas de desenvolvimento sustentável que reduzam o risco de inundações costeiras, como regulamentações de construção e zonas de amortecimento naturais, não só OBRAS! É que agora é só aprovar para faturar e ninguém pensa. Na serra precisamos de coberto florestal fruto de uma gestão florestal adequada, nas zonas populacionais praias extensas.

Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 2 de Novembro de 2023
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