D ei comigo a juntar peças e acabei ficando com aquela do puzzle que nos fica na mão, que até parece de outro. Algo de muito estranho se está a passar nas costas do eleitorado madeirense, como em tantas outras vezes.
Penso que é sobejamente conhecido que, Miguel Albuquerque, disse antes das eleições que se demitia se não tivesse uma maioria absoluta com a coligação "Somos Madeira", porque não havia condições de governar e concretizar o seu programa. O tal que ninguém viu nem ele divulgou durante a campanha. Atirou tão convicto do sucesso (esse foi o problema) que logo de arranque algo correu mal, pensava que tinha informação privilegiada e afinal estava errada? Será que foi traído dentro do seu próprio partido? As sondagens não provocaram o efeito de carneirismo? Não estavam conforme a realidade e falharam? As amostras de facto eram curtas, a única que respeitou as boas práticas para obter fiabilidade foi a RTP, e o CM, imagine-se, com um online. Miguel Albuquerque não se demitiu e passou por um processo de se desdizer confrangedor. Mas mentir, mentiu? Não se demitiu.
Depois, Alberto João Jardim na RTP Madeira disse que "a própria instabilidade resolve-se de um dia para outro, nem que seja provocando eleições antecipadas ... eu teria já feito, se calhar". Mas antes disse que tudo isto com o PAN é "o espetáculo que faz parte da decadência em que se encontra a política" (link). Então, por ele provocava eleições antecipadas, mas, aquele por ele, é na situação atual com Miguel Albuquerque ou se fosse ele na mesma? É que depois desacredita com a decadência política. Jardim é um artista.
Temos portanto o atual líder que até se demitia mas não o fez, e o líder emérito que se demitia para provocar eleições antecipadas mas não esclarecendo. Parece que há um convencimento em Alberto João Jardim que, com ele, levando o seu candidato ao colo (que não é Miguel Albuquerque), ganha sem precisar de coligações. Então o empecilho é Miguel Albuquerque, mas não será que este, apesar de tudo, é o que tem os dados mais fiáveis da conjuntura? Com certeza foi-se informar ... E na constituição do Governo parece que quis ouvir e fazer algo diferente.
Vamos por outro lado, será que Miguel Albuquerque não pode perder a imunidade, pelo menos para já? Está tão "empresarial" (como temos visto) que a política está em segundo plano?
O PSD não está unido? O eleitorado já não reage às receitas de sucesso do passado? O controlo da comunicação social não rende (como Jardim confirmou estar com o PSD na noite eleitoral)? As pessoas usam do mesmo cinismo do PSD nos votos? Alguém não se aplica na máquina? O PSD prefere o poder instável para tentar fazer algo em quatro anos em vez de arriscar já? O que parece é que ninguém ouve e todos querem impor a sua perspetiva.
O maior medo é o de muitos que não sabem viver sem poder. O quê ou quem impede que Miguel Albuquerque se demita?
Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 2 de Novembro de 2023
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